Outra vez o Atlético Paranaense contou com grande dose de sorte e com a ineficiência do adversário para segurar o primeiro lugar do Campeonato Paranaense. O que salvou o Rubro-Negro foi o gol marcado com menos de um minuto de jogo. Depois foi uma tortura para a torcida atleticana, que viu sua equipe atuando mal e pressionada pelo Nacional. Novamente, o líder é beneficiado pela conjugação de fatores que passam longe dos critérios de qualidade. Ganhou, mas jogou de forma decepcionante. Claro, é muito melhor assim do que dar show e perder. É uma verdade e eu partilho dela.

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Há nisso tudo um porém. Até quando vai durar a sorte do time de Geninho? Uma indagação pertinente. Agora serão dois clássicos, um deles, confronto direto com o concorrente mais sério, não por acaso, o mais temido adversário atleticano. O Rubro-Negro é líder graças ao critério de desempate, que adiciona aos pontos desta fase os pontos que foram conquistados na etapa de classificação. Pensando um pouco mais adiante, começo a fazer projeções para o Campeonato Brasileiro e confesso que fico preocupado. O atual Atlético é basicamente o mesmo que por pouco não foi rebaixado no ano passado, o que representa sérias preocupações futuras. O título estadual passa a ser um detalhe.

Por que é o melhor?

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As novas opções do treinador Ivo Wortmann e, especialmente, a contratação de Marcelinho Paraíba encorpam o time do Alto da Glória. Não apenas pela vitória obtida contra o Paraná, sabidamente uma equipe limitada. No clássico de sábado foi como se não tivesse ataque, tal a ausência de qualidade dos escalados por Velloso, um técnico órfão de bons jogadores.

A escalação do argentino Ariel e o gol que fez antes de ser fechado o segundo minuto de jogo foram fundamentais para o resultado positivo. Com Marcos Aurélio e Marcelinho Paraíba trabalhando a bola com qualidade, o meio de campo do Coritiba cresceu e a qualidade da equipe sugere ao colunista dizer com segurança que, nesta fase mais aguda do campeonato, o Coritiba é o melhor time que temos. Com certeza é o único que pode derrotar a proteção da sorte que o Atlético vem conseguindo.

Marcelinho Paraíba dá estabilidade e garante criatividade ao setor pensante do Alviverde. Quando a bola passa pelos pés dele, a cabeça trabalha com inteligência e os lances fluem com naturalidade, servindo os companheiros e, ainda assim, tendo fôlego para chegar mais à frente para finalizar.

Não quero fazer previsões sobre o futuro campeão. O futebol, todos sabemos, tem uma parcela ponderável de imprevisibilidade. Mas, também tem lances de lógica. Sustento minha opinião na realidade que vejo, para mim, bastante favorável ao Coritiba. Qualidade é produto que se desenvolve com o tempo e, nesta fase do certame, as horas e os dias jogam contra o Atlético e embaraçam a vida de Geninho.