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Quem viu o Coritiba derrotar o Santos na Vila Belmiro assistiu a um futebol de primeira qualidade. O time saiu muito bem escalado do vestiário. Dorival Júnior colocou Guaru e Rubens Cardoso para fortalecer a marcação, usou mais os lados do campo e enfiou Keirrison para perturbar a defesa santista. Tudo perfeito, com uma excelente resposta dos jogadores. Aplicados, valentes, obstinados, determinados tática e tecnicamente, executaram em prosa e verso o melhor futebol do Coritiba neste Brasileiro. Quando o Santos reagiu, outra virtude: coragem. O Alviverde não foi medroso e não jogou para segurar uma vitória apertada. Consciente, buscou o ataque nos momentos certos e construiu a mais primorosa produção da temporada. Carlinhos Paraíba, incansável, ditou o ritmo e contou com a participação eficiente da equipe inteira. O Coritiba soma 26 pontos e cola nos quatro primeiros colocados. O futebol de ontem credencia os coritibanos. Podem ir além da atual classificação, é só não mudar o ânimo e não renunciar às virtudes que mostraram no gramado em que Pelé aplicou verdadeiras aulas de futebol, marcando gols tão importantes quanto os de Keirrison. O Coritiba foi gigante e saiu da Vila Belmiro coroado. O K9 foi um brilhante raro.

Quem afundou o Atlético?

Pergunta de resposta óbvia. O Atlético mergulhou na zona do rebaixamento de tanto que procurou o fracasso. Mandou Ney Franco embora sem razões aparentes que justificassem decisão tão drástica. Contratou Roberto Fernandes depois de bom trabalho no Brasiliense e no Náutico. Mandou jogadores embora sem consultar o novo treinador e contratou outros utilizando o mesmo procedimento. "Aqui mandamos nós", falaram várias vezes os dirigentes. Fernandes sofreu enorme desgaste e a torcida já não o suportava. Os dirigentes, de braços cruzados assistindo ao caos sem reagir em nome dos fanáticos e fiéis torcedores.

A derrota para o mediano Botafogo despertou os poderosos da Baixada. Foram buscar refúgio nos microfones, os mesmos que eles proíbem de trabalhar com liberdade. Por não respeitar o exercício profissional dos jornalistas, inúmeras vezes os veículos de comunicação foram impedidos de dizer a verdade dos bastidores.

O Atlético teve o maior lucro financeiro nos últimos dois anos. Muito mais que o maior clube brasileiro, o São Paulo. Não investiu no time, que é a razão de ser da torcida.

Arrogantes, como sempre, os dirigentes preferiram demonstrar uma nítida incompetência a se curvar diante de argumentos dos críticos. Tivesse humildade para reconhecer erros e eliminá-los, a diretoria – entenda-se claramente sob o poder absoluto do presidente do Conselho Deliberativo – teria poupado o clube da vexatória situação em que está.

A vida ensina. Não aprende quem não tem humildade para reconhecer o descalabro plantado pelo despreparo.

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