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O centenário clube do Alto da Glória termina o ano entre as chamas do inferno. O inferno verde não existe. Foi uma ficção. A realidade é outra. O Coritiba está rebaixado e volta para a Segunda Divisão. Alguns torcedores, alucinados, invadiram o campo de jogo, depredaram o estádio, guerrearam com a policia, agrediram árbitros, jogadores e dirigentes do Fluminense.

São os efeitos colaterais da desclassificação vexatória do Coritiba, errante em quase o ano inteiro.

O jogo de ontem contra o Fluminense foi simples consequência de um ano desastroso. Falhou na orientação do futebol, demorou para tomar providências e substituir René Simões e o diretor de futebol. Fala-se em crise financeira séria. Dívidas pesadas e má gestão financeira. O Coritiba renovou o contrato de Marcelinho Paraíba em condições anormais. Está pagando (paga mesmo?) muito mais do que comporta o futebol paranaense. Outros jogadores ficaram em segundo plano. Um time não vive de uma única peça. Sobrecarregado, Marcelinho não deu conta do recado e nem poderia dar. Faltou time ao Coritiba e sobrou ausência de comando firme ao futebol e à administração do grande clube. A partir do empate com o Fluminense, as consequências gravíssimas: Segunda Divisão, invasão violenta do campo, agressões e a garantidíssima interdição do Estádio Couto Pereira.

O Ministério Público tomará as primeiras iniciativas e denunciará a falta de segurança do Couto. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva não aliviará para o Alviverde e também vai puni-lo exemplarmente. Grandíssimos prejuízos. Irreparáveis e todos muito lamentáveis.

E a política?

No próximo dia 14 o Coritiba tem eleições. Serenamente, a reeleição dos atuais dirigentes é impossível, pelo fracasso do clube no ano do centenário. Tenho uma grande dúvida. Quem assumirá o comando? Quem está preparado para responder pelo futuro? São perguntas a serem respondidas nos próximos dias.

O presidente Jair Cirino pagou pela absoluta falta de experiência. Neófito em matéria de condução de um clube de futebol, cercou-se mal e sempre aconselhado equivocadamente. Homem correto, mas sem experiência para o exercício espinhoso de presidir um clube de massa. Talvez pague a conta sozinho. A vitória tem muitos pais e a derrota é assumida pelo condutor mais importante do clube.

A involução

O futebol do Paraná está involuindo. Já tivemos três clubes na Primeira Divisão. Hoje só sobrou o Atlético. O Coritiba volta para a Série B e o Paraná Clube vai disputar pelo terceiro ano consecutivo a Segunda Divisão. Assim é difícil de aguentar.

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