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A diretoria do Coritiba mostra estar com os pés no chão. Estuda todos os detalhes financeiros, técnicos e arquitetônicos do novo estádio que pretende erguer. Não precisa ser necessariamente no Alto da Glória, mas a preferência da diretoria é o consagrado espaço onde está plantado há muitos anos o velho Couto Pereira. Pelos degraus, pela grama e pelos vestiários do importante estádio rolaram lágrimas com sabores de alegria e de tristeza. Lágrimas que brotaram dos olhos de torcedores, cartolas e jogadores sob o impulso de fortes e incomparáveis emoções na vida centenária e vitoriosa do Alviverde.

Sobre o novo teatro do futebol paranaense, conversei com pessoas da mais alta credibilidade, como Tico Fontoura e Marcos Hauer. Apaixonados pelo Coritiba, os dois definiram o ponto de partida da obra, que promete ser monumental. O Coritiba não fará estádio pensando em Copa do Mundo. O projeto será todo desenvolvido com diretrizes definidas pelo conforto que a diretoria coxa-branca quer destinar à sua torcida. Não há preocupação com ganhos financeiros da provável Copa de 2014 por aqui. Todos estão preocupados em retribuir o apoio da torcida com uma praça que seja moderna, atual e com instalações que brindem a torcida com o luxo acompanhado de funcionalidade para melhor acomodar os dedicados torcedores que freqüentemente lotam o maior estádio do futebol paranaense.

O Coritiba, adequado à realidade destes tempos, não pensa com megalomania, pretende fazer um estádio para 40 mil pessoas. Certíssimo.

Memória do futebol

Ao reunir amigos e companheiros da Mesa Real, confraria que agrega jornalistas, empresários e profissionais liberais, Marcos Coelho, presidente do Atlético campeão brasileiro de 2001, contou um fato histórico da vida do Rubro-Negro.

Em 1997, por conta de uma reportagem produzida pela TV Globo, Mário Celso Petraglia foi banido do futebol e o Atlético suspenso e rebaixado. Por 45 dias, Marcos Coelho se ausentou da banca de advocacia e se dedicou exclusivamente ao trabalho de salvar o clube do coração e também o dirigente banido.

Por iniciativa do ex-governador Ney Braga (o mais influente homem público que o Paraná produziu), Marcos foi ao Ministro da Justiça, o goiano Íris Rezende, e expôs a situação do Atlético. O ministro logo telefonou para Ricardo Teixeira e disse que a CBF cuida do futebol, mas a segurança pública é competência do Estado. Pediu revisão da pena.

Em seguida, Marcos Coelho foi ao gabinete do senador Osmar Dias que o levou até o senador Antônio Carlos Magalhães, um dos mais poderosos políticos do Brasil. O baiano, por todos temido, falou com Ricardo Teixeira e exigiu a revisão da pena e o Atlético voltou à elite.

Petraglia ficou em Curitiba. As portas da CBF estavam fechadas para ele, acusado de praticar corrupção ativa para obter favores das arbitragens. Quando voltou de Brasília, com o Atlético outra vez na Primeira Divisão, Marcos Coelho recebeu telefonema de Petraglia em tom de reclamação. "Você fez tudo pelo Atlético e nada por mim" e desligou o telefone. Assim é a vida dos ingratos.

airtoncordeiro@gazetadopovo.com.br

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