A Confederação Brasileira de Futebol anuncia a unificação dos títulos disputados em épocas diversas e em padrões diferentes. Campeão do Brasil é o clube que passou pelo teste de enfrentar, como hoje, 19 adversários em turno e returno, 38 jogos.
Sistema de pontuação diferente, dificuldades maiores pelo elevado número de viagens, maiores investimentos financeiros, maior número de jogadores para a formação de elencos que suportem suspensões punitivas, lesões e negociações imprevistas afetando a qualidade das equipes. Tudo muito diferente da Taça Brasil. Os padrões eram peculiares à época e nem por isso seus campeões deixaram de receber o reconhecimento público.
Igualmente o Torneio Rio-São Paulo, só disputado por clubes dos dois estados, os mais badalados do país, era de dificuldades menores, apesar do charme por concentrar os mais renomados jogadores da época. Ser campeão do Rio-São Paulo era o máximo, até pela concentração dos mais importantes órgãos de comunicação do país, eixo do pioneirismo da televisão e dos maiores e mais lidos jornais brasileiros.
Em seguida chega o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, uma ampliação do Rio-São Paulo e a semente do Campeonato Brasileiro. Ainda assim, em dimensões e ônus de todas as naturezas menores. Era 1967 e o Paraná foi representado pelo bicampeão estadual, o popular Clube Atlético Ferroviário, precursor da presença do estado em uma competição de concentração coletiva de mais força técnica. Não era um certame nacional.
Em 1971 foi implantado o Campeonato Brasileiro, atualmente uma das mais disputadas competições do mundo do futebol.
A CBF pretende dar o mesmo tratamento a disputas desiguais. De cada uma das campanhas realizadas, méritos justos aos seus campeões. Mas não dá para mensurar a importância dos títulos de campeonatos e torneios diferentes e estabelecer um nivelamento sem reconhecer a desigualdade das competições, a partir da estruturação de cada uma delas. Cada época tem suas referências peculiares.
Para mim o melhor jogador do mundo foi Pelé. O jovem torcedor de hoje não viu o Pelé brilhar e escolhe outros craques, claro, contemporâneos. Os mais antigos comparam Pelé a Leônidas da Silva, Domingos Da Guia, Puskás e muitos preferem outras opções. Difícil comparar gênios e concluir qual o maior. Assim é também na pesquisa científica, nas artes e na globalidade da história da humanidade.
Aos mortais, guiados pela história, cabe reconhecer os méritos e as virtudes de cada um, dimensionando sua grandeza pelo que representou em sua época. Incomparável somente Deus.
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