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Na mesma noite ficou muito claro o contraste entre dois grandes clubes do futebol paranaense. Ambos em situação de extrema dificuldade, levando seus torcedores ao desespero em último grau. O Paraná Clube para escapar do temível rebaixamento para a Série C e o Atlético para compensar a fidelidade da grande torcida buscando a classificação para continuar na Sul-Americana.

Cheguei a considerar uma "barbada" a passagem do Atlético pelo Chivas. Jogava com todas as possibilidades de obter sucesso. O empate por dois gols em Guadalajara era o prenúncio de êxito na Baixada. Mas o Atlético deste ano não inspira confiança em ninguém, nem no mais fanático dos torcedores. O Chivas, com todos os defeitos que mostrou, ganhou e jogou o Atlético no colo dos torcedores irados com o péssimo resultado, ao som de vaias e xingamentos. Geninho já tem consciência da bomba que recebeu para administrar.

Em Goiânia, o Paraná Clube enfrentou o vice-lider da Série B. Enquanto o Corinthians está para o título como Beto Richa está para vitória eleitoral em Curitiba, o Vila Nova aparece como boa novidade no Campeonato Brasileiro. Tem Túlio como artilheiro e uma campanha de respeito. Já disse e repito: o Paraná perdeu o complexo de inferioridade. Contra o Vila Nova foi valente, determinado, tecnicamente bem ajustado e conduzido com competência pelo seu treinador. Comelli abriu os olhos para a realidade e passou a usar no time principal jogadores formados na Vila Capanema, como Giuliano e Pimpão. A cara do Tricolor mudou. A apatia deu lugar à luta desmedida e o medo foi sufocado pela coragem. O Paraná venceu e tem seis pontos de vantagem sobre o décimo sétimo colocado. Seis vitórias consecutivas e esperança que se renova a cada jogo. Está distante do G4 pela diferença de doze pontos. Uma recuperação espartana. Enquanto o Paraná aprendeu com os erros cometidos, o Atlético optou por consolidar uma desastrada política de gestão do futebol.

Para aproveitar o título do filme que assisti há poucos dias, o Rubro-Negro é a verdadeira "desventura em série", perdendo neste ano o Campeonato Paranaense, a Copa do Brasil, a Sul-Americana e correndo sérios e lamentáveis riscos no Campeonato Brasileiro. Como sair de tamanho caos? Difícil nesta etapa das coisas. Prevenir é sempre melhor que remediar. Quem não tem visão estratégica para evitar males maiores (não importa por que) se obriga a sofrer e conduzir ao sofrimento os inocentes torcedores, os verdadeiros abnegados dos clubes de futebol.

Insatisfação

O ex-juiz de futebol e policial de profissão Valdir Bicudo não se conforma com a violência que presencia nos estádios e nas praças de Curitiba. Em mensagem ao colunista, sugere uma ação conjunta de todas as polícias para preservar a tranqüilidade da população. Estou de acordo, sem restrições.

airtoncordeiro@gazetadopovo.com.br

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