Para assistir ao jogo decisivo do Campeonato Paranaense fiz uma opção inédita na vida de jornalista. Fiquei entre torcedores do Coritiba e Atlético, observando suas reações. Final de jogo e os pênaltis carregados de tensão, medo, otimismo e muita esperança.
Ganhou o Coritiba, mais competente, com mais sorte e sem ser perseguido pelo azar. Já no primeiro tiro livre, Alan Bahia por pouco deixa de marcar, graças à intervenção parcial de Vanderlei. Seguiu o baile em ritmo de gols, até o momento em que a grande esperança de gols do Atlético, Guerrón, chutou e Vanderlei defendeu com competência agrupada com as bênçãos que caíram do céu.
Os gols continuaram até a cobrança derradeira de Éverton Ribeiro. Caprichosamente, o chute forte tocou na parte interna da trave direita e beijou docemente a rede, como todos os bons filhos homenagearam suas mães no dia em que reverenciamos as mulheres que nos deram vida e nos criaram com profundo amor.
Coritiba tricampeão do Paraná pela segunda vez em sua gloriosa história.
Durante o jogo, mais nervosismo e pouca emoção. No segundo tempo a timidez do Rubro-Negro foi visível. A inclusão no jogo de Heracles, Alan Bahia e Ligüera não resultou em nada de positivo. O oposto aconteceu no time mais preparado para ser campeão. Lincoln, Djair e Éverton Costa, mais inspirados, levaram para dentro do campo o astral dos vencedores. Tudo de acordo com o figurino da rotina do futebol.
Nervos à flor da pele não é virtude. Ao contrário da tranquilidade, madrinha das decisões vitoriosas. No geral do campeonato, o Coritiba foi quem mais pontuou. Sempre dirigido com equilíbrio, respeitando os adversários e em nenhum instante zombando do valente rival, entrou no gramado molhado por novas lágrimas do sentimento humano, sofreu com a torcida e, depois do gol de Éverton Ribeiro, aliviou a aflição detonando a explosão de contentamento da grande e fiel torcida.
O tricampeão não foi beneficiado pela arbitragem e respondeu no cenário adequado a carta aberta que a diretoria do Atlético acolheu no site oficial do clube, instrumento usado para pôr em xeque a honradez e a capacidade do juiz, além de provocar acintosamente o adversário da decisão. A atitude da diretoria do Atlético comandada por MCP não se coaduna com a história cravejada de brilhantes do Clube Atlético Paranaense. Tricampeão pela segunda vez em sua história de maior conquistador de títulos estaduais, o Alviverde mostrou ao idolatrado público que respeito não se compra em prateleira de boteco. Respeito é ganho da educação familiar e da trajetória de vida.
O Coritiba agora precisa corporificar em campo a esperança de que é depositário de ser o único paranaense na Série A do Campeonato Brasileiro.
Parabéns aos campeões e vice-campeões, duas grandes histórias que se misturam para engrandecer o nosso querido Paraná, terra que a todos acolhe com grandeza e generosidade.
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