• Carregando...

A baixíssima popularidade dos clubes de Curitiba não me surpreendeu. Não temos clubes com penetração estadual. Lembro de uma transmissão radiofônica que fiz certa vez do velho Estádio Vitorino Gonçalves Dias no tempo em que Londrina tinha futebol de qualidade e ganhou expressão nacional. O adversário era o Coritiba, uma força técnica do futebol paranaense. O acanhado estádio estava com lotação esgotada, todos torcendo pelo Londrina. Jogo igual, sem nenhum gol. De repente, uma explosão do público. Até parecia um golaço do Londrina. Nada disso. No Morumbi jogavam São Paulo e Corinthians. Gol do São Paulo e em seguida o Corinthians empatou. O VGD quase ruiu. Seus pilares passavam a impressão que não suportariam a carga de emoção da torcida entusiasta e fanática pelo futebol paulista.

As emissoras de rádio locais eram menos ouvidas do que as grandes rádios do estado vizinho. Este fenômeno levou a rádio Paiquerê – do estimado amigo e companheiro J.B. Faria – a programar transmissões constantes de São Paulo. A audiência sempre foi mais significativa do que dos jogos locais, especialmente, quando o Caçula Gigante, como foi cognominado o então forte Londrina, se transformou em uma equipe fraquinha e desinteressante.

Nos bons tempos do Londrina o prefeito da cidade e depois governador do Paraná – José Richa – deu formidável contribuição ao futebol do estado, construindo o Estádio do Café, símbolo de uma agricultura voltada para o cultivo do café, alavancando o progresso da cidade e da região colonizada por paulistas e alguns mineiros.

A pesquisa feita, agora, não revela nada de novo. Constata, sim, que os grandes clubes do Paraná não cresceram o suficiente para seduzir outros torcedores e encorpar seus grupos de admiradores. Para complicar a situação cidades como Maringá, Ponta Grossa e a própria Londrina perderam força a partir do momento em que o futebol dessas cidades caiu no colo de aventureiros preocupados em ganhar dinheiro sem implementar uma política de valorização das cidades. O futebol deixou de ser vitrine e passou a ser uma simples caixa registradora. Uma lamentável realidade que seria ainda muito pior se a visão do grande paranaense Ney Braga não assumisse o compromisso – e o cumprisse – de integrar a geografia do Paraná, construindo em seu primeiro governo a Rodovia do Café. Antes dessa formidável obra administrada pelo "trator de obras públicas" Saul Raiz, a cidade de São Paulo era a capital de fato dos habitantes do Norte do Paraná.

Ainda temos que avançar bastante, com as bênçãos de Jesus ressuscitado e o amor, o trabalho e a paz embalando nossa alegria de viver. Feliz Natal!

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]