Fomos obrigados a agüentar dois campeonatos estaduais consecutivos com um regulamento de causar repugnância. Engolimos o supermando, pontos de bonificação e baixa qualidade técnica. Confesso que imaginei que a Federação Paranaense de Futebol sofresse mudanças com a nova diretoria. Errei feio. Os campeonatos organizados pela administração atual foram os mais exóticos e desgraçadamente piores da história do futebol paranaense.
Supermando só mesmo com tamanha incompetência. Culpa compartilhada. Da federação que escreveu e dos clubes que assinaram o regulamento sem, ao mínimo, ler o texto escrito por algum "gênio". Os clubes pequenos foram expostos a um sacrifício enorme. E os maiores, Coritiba e Atlético beneficiados pelos privilégios só cabíveis nos campeonatos do Paraná, do ano passado e deste ano. Que bom que não há mal que sempre dure. Se houver juízo e um pouco de capacidade dos organizadores do certame do próximo ano as coisas devem mudar e não teremos do que nos envergonhar.
A rodada
A última rodada foi fraca. Só o campeão venceu. Verdade que o Coritiba não precisou fazer grande esforço para derrotar o Cascavel. Ontem, o Paraná foi ao limite da humilhação para empatar com o Operário. Não perdeu graças ao goleiro Juninho o único jogador com qualidade no fraco jogo da Vila Capanema. O Paraná Clube é torturador. O gramado do seu estádio é sofrível, o time não tem qualidade, o clube não tem dinheiro e o objetivo de voltar à Série A está muito distante da realidade. Em jogo de compadres o Atlético, com um time reserva, empatou com o Iraty sem abertura de contagem. Sorte do time do interior. Afinal foi alcançado o objetivo de ficar em terceiro lugar.
Rodada formal, sem qualidade e sem luta. Todos acomodados. Como o título sempre esteve desenhado para ser do Coritiba, por ter a melhor equipe, houve justiça.
Politicalha
O ministro do Esporte divulgou uma preciosidade nos últimos dias. A Fifa só precisa de oito cidades para organizar a Copa do Mundo prometida ao Brasil. Foram escolhidas doze cidades por exigência do presidente Lula. Como o cronograma de obras dos estádios está atrasado, o ministro disse que quatro cidades podem ser excluídas dos planos do mundial. Uma pérola de solução.
Veja o leitor como é fácil fazer farra com dinheiro público. Dos doze estádios selecionados nove são do poder estatal. Quanto vai ser gasto, bem, isso pouco interessa. Com certeza muita gente vai ganhar dinheiro em cima da Copa, dos Jogos Olímpicos e de tantas obras públicas que serão realizadas. Este é o Brasil da corrupção e do enriquecimento ilícito. E o presidente Lula fará de tudo para eleger Dona Dilma, custe o que custar.