Os falsos torcedores que vão aos estádios para simplesmente praticar atos de violência são verdadeiros gigolôs do futebol. A especialidade deles não é apreciar o talento e vibrar com a qualidade de jogadores. São adeptos circunstanciais dos clubes que abraçam. O que querem mesmo é provocar baderna e causar danos pessoais aos adversários e materiais ao estádio que abriga o evento. Quem entra no estádio portando artefatos explosivos não está imbuído de boa-fé. Tem o objetivo de abusar da violência e expor os "inimigos" ao risco perigoso de provocar estragos físicos, podendo chegar à morte. Aconteceu em São Paulo. Uma partida entre juniores do Palmeiras e do São Paulo. Um torcedor são-paulino foi agredido até a morte por um delinquente, adversário, armado de um pedaço de pau. Fora dos estádios a violência sem limite já roubou a vida de vários torcedores em várias partes do Brasil.

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As cenas que presenciamos no último Atletiba são constrangedoras. Gente sangrando, cadeiras arrancadas do concreto e arremessadas ao campo ou aos guerrilheiros do outro lado. Uma barbárie sem tamanho. A polícia contemplou o triste episódio sem esboçar um ataque defensivo aos vândalos. Só formar um cinturão para dividir as torcidas é quase nada. As bombas continuaram a ser jogadas, em gesto adequado aos fanáticos que lutam sem trégua na Faixa de Gaza, sem o menor respeito à vida humana. Lá, a luta entre palestinos e judeus tem uma causa: a conquista territorial. Uma estupidez que também condeno. Em estádio de futebol não há o que disputar além do resultado do jogo. Os estranhos ao espetáculo (?) devem ser torcedores e nada mais. Mostram que não têm amor à família, respeito ao próximo, o mínimo de urbanidade e educação. Não são merecedores do apreço popular.

Papel da policia

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De pouco adianta escoltar as torcidas organizadas no trajeto ao estádio e lá dentro as "feras" raivosas entram com bombas, pedras e outras armas potenciais. E a fiscalização nos portões de entrada? Parece não existir, ou é muito precária. Argu­men­tam alguns policiais que os instrumentos de ataque são transportados por mulheres, entre as coxas, dentro da calcinha e sob as roupas que cobrem os seios. Como os homens fardados vão fiscalizar? Argumento despropositado. A PM também é composta por mulheres e a elas compete vistoriar as damas beligerantes. Os marmanjos ficam por conta dos homens fardados.

Recentemente as autoridades de Pinhais, entre Curitiba e Pira­quara, deram um bom exemplo. Torcedores que faziam arruaça em vias públicas foram detidos e depois condenados pela autoridade judicial. Pena: em dia de jogos se apresentaram ao delegado da cidade e ficaram reclusos, impedidos de repetir o vandalismo causador da punição. Não custa repetir o procedimento.

Dá trabalho, claro, mas combater a violência não é tarefa dócil. Requer vontade política e estrito cumprimento do dever legal. Po­­lícia é para isso.