Começamos o Campeonato Brasileiro esbanjando vibração e muita alegria. Foram três vitórias convincentes sem nenhuma lacuna para reparos. Ontem, na Vila Capanema, o Paraná apresentou um time organizado, consciente e determinado. Mostrou novos jogadores e reconduziu sua torcida ao ninho da esperança. Derrotou o Grêmio com autoridade. Corrigiu erros que foram fatais recentemente. Jogou pelas laterais, cresceu no meio-de-campo e teve um ataque com inspiração para resolver o jogo. Jamais foi ameaçado pelo campeão gaúcho.

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O Coritiba inicia o processo de reconquista do sucesso e da estima da torcida. Sofreu o gol de abertura do placar e arrancou para uma reação afirmativa contra o Paulista.

Em Florianópolis o Atlético foi drástico. Não teve pena do Figueirense. Ganhou de goleada. E outra vez Alex Mineiro foi a figura central do jogo. Candidato ao título de melhor jogador da primeira rodada do Campeonato Brasileiro.

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Alex Mineiro, uma estrela

A alegria do futebol está na arte. Jogador que tem talento faz o espetáculo, mexe com o sentimento dos torcedores e decide tudo com inteligência refinada. Objetivamente é a síntese do que representa Alex Mineiro, mais uma vez o primoroso maestro do Atlético na estréia vitoriosa no Campeonato Brasileiro.

Desgraçadamente os europeus, sem técnica de excelência, introduziram o futebol de força física e levaram os brasileiros no embalo. O encanto das jogadas de Pelé, Garrincha, Gérson, Didi, Nílton Santos, Mauro Ramos de Oliveira, Tostão, Zico e outros tantos craques foi sepultado pela doutrina da marcação, da violência e do desprezo impiedoso da arte de bem jogar. Para compensar as suas limitações técnicas, os europeus passaram a contratar os melhores jogadores brasileiros e nos aplicaram o golpe fatal. Com a fragilidade do real e a força avassaladora do dólar e mais tarde do euro, centenas de craques e promessas foram embora. Empobreceu o futebol pátrio. Não conseguimos concorrer financeiramente, pois nos falta moeda para bancar a permanência de atletas de primeira linha.

Diante de tantas dificuldades, é justo e necessário afirmar que o Brasil, hoje, tem dois craques que se destacam pelo talento: Zé Roberto, do Santos, e Alex Mineiro. E não há exagero. São jogadores diferenciados, capazes de produzir lances cerebrais e levar a torcida ao delírio. Se o leitor acha que estou sendo exagerado, procure aumentar a lista, sem desobedecer ao parâmetro técnico de Alex e Zé Roberto. Missão dolorosamente complicada. Meu fascínio pelo futebol está concentrado na arte e no talento. Nada de pontapés. A saudade do mestre Telê Santana aumenta cada vez que abordo este tema. Os treinadores retranqueiros são abomináveis. Não é deles o reino dos céus.