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Nelson Justus não é atleticano de ontem. Sua paixão pelo clube da Baixada é alimentada por décadas de presença no Joaquim Américo, sem conforto, mas atraente e sedutor. Como outros tantos companheiros de fé, inundava o estádio com o pó-de-arroz que representava a alegria exteriorizada em forma de nuvem, promovendo um espetáculo bonito que só aquela juventude ensandecida fazia com amor e fino humor.

Tardes memoráveis na Baixada imortal, apesar de pretenderem sepultar até o nome de Joaquim Américo. Uma história abundante e democrática antes de os atuais dirigentes aterrissarem na intimidade do grande clube de torcida valorosa, de famílias inteiras, como os Rêgo Barros, com o querido e velho Lauro à frente. Nelson Justus conhece as páginas gloriosas do Atlético, mesmo as que foram escritas pela adversidade.

Nos últimos dias, cansado de sofrer e ver a torcida amargar angustiada os sucessivos fracassos do futebol, deu o grito de independência dos atleticanos massacrados pelos maus resultados e pela administração ditatorial que se adonou do Atlético como se o clube fosse propriedade privada de um grupelho.

Claro, o Atlético não tem dono, pertence à história e não pode significar o escudo do egoísmo, da arrogância, da prepotência e de maus desportistas. O grito de Nelson Justus não é do deputado que preside, com méritos, a Assembléia Legislativa do Paraná. É o brado de alguém que tem um histórico capaz de mobilizar a massa rubro-negra sem medo de ninguém. Levantou-se uma voz com representatividade e legitimidade para falar, claramente, que o prazo de validade de Mário Petraglia e seu preposto Fleury, já se esgotou, e está na hora de uma chamada geral aos atleticanos que se afastaram ou foram afastados pelo egoísmo brutalizado de quem se acha superior, mesmo não o sendo.

Todos os passos políticos dos atuais senhores do poder no Atlético são calculadamente dados para a obtenção de resultados eleitorais até o ano de 2014, quando a Copa do Mundo vai ser realizada no Brasil e Curitiba pode ser sede de um ou dois jogos. As últimas eleições foram adiadas para atender este objetivo.

O Atlético é um clube de futebol. Grande, do tamanho de sua história e não deve ser submetido aos caprichos individuais de quem ignora grosseiramente os sentimentos populares, alimentados pelo amor sincero de gente de todos os matizes e de todas as classes sociais.

Finalmente alguém com influência dentro do Atlético gritou pelos sufocados e expressou o sentimento de revolta com a gestão perniciosa do futebol atleticano.

O grito de Justus já produz resultados. Geninho foi contratado. As arquibancadas que ficaram enrouquecidas de tanto pedir por ele agora comemoram porque uma voz de força política de dentro do clube falou alto e com disposição de abrir o Atlético para todos.

Os áulicos falam em ingratidão, esquecidos que os que ajudaram tão devotadamente as causas atleticanas foram agressivamente excluídos dos escalões dirigentes do Atlético por conta do autoritarismo.

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