O meia revelado pelo Coritiba sempre teve uma relação conturbada com o clube que o projetou. Na última ampliação do prazo contratual ocorreu uma verdadeira novela envolvendo o jogador e o diretor de futebol, João Carlos Vialle. Marlos foi afastado do elenco e, depois de muita conversa, o compromisso legal acabou sendo alongado. Neste ano aconteceu a mesma coisa, mas Marlos foi embora do Coritiba e deve ser apresentado hoje pelo São Paulo.

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Sexta-feira, uma decisão judicial pegou o colunista de surpresa. Acredito que, como eu, outros tantos não sabiam que o meia mantinha um contrato particular com a empresa constituída em Curitiba de nome Gol Marketing Esportivo, dos irmãos Maurício e Marcelo Gulin.

O documento foi assinado por Marlos e pelo representante legal do jogador, o pai dele. Há dois meses e de forma unilateral, o polêmico jogador resolveu dar o contrato por rescindido, não reconhecendo qualquer direito dos irmãos Gulin. Desde 2006, quando passou a vigorar o acordo, Marlos recebeu dinheiro e bens móveis como um carro. Algo em torno de R$ 400 mil.

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O contrato estabelece que a empresa de marketing tem direito a metade do valor pago a Marlos em caso de negociação, como está acontecendo agora com o São Paulo. Os sócios prejudicados constituíram o advogado Fábio Guedes, que ingressou com uma ação cautelar reivindicando o cumprimento das cláusulas do contrato assinado por Marlos e seu pai.

Na sexta a juíza da 22ª Vara Cível de Curitiba, Melissa de Azevedo Olivas, concedeu liminar em benefício dos Gulin, determinado o bloqueio judicial de 50% do que o São Paulo pagar a Marlos. A vigência do contrato rompido unilateralmente por Marlos iria até o próximo ano.

O São Paulo, caso negue a existência de pagamento ao ex-jogador do Coritiba, corre o risco previsível de ser obrigado a permitir uma perícia contábil judicial a pedido dos autores da ação cautelar.

No despacho concedendo a liminar (uma decisão provisória), a juíza da causa pede informações sobre os termos da transação. Por presunção, imagina-se que Marlos não saiu do Coritiba sem ganhar nada do São Paulo. Quem nada lucrou foi o Coritiba pelo esgotamento do contrato .

Um assunto lamentável, que mancha a vida profissional e pessoal de Marlos por descumprir a palavra empenhada em documento formal. Como já tinha errado ao assinar compromisso com o São Paulo mesmo estando com contrato vigente com o Coritiba.

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A legislação sobre o vínculo de jogadores e clubes precisa ser reformada pelo Congresso Nacional e de forma urgente. Os clubes reclamam, mas não fazem o mínimo, que é pressionar deputados e senadores. Muita gente ganha dinheiro fácil à custa de jogadores e clubes.

A omissão é o melhor caminho para canalizar dinheiro aos bolsos de quem não joga futebol, mas fatura alto sem derrubar uma gota de suor.