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Humilde, triste, moralmente abatido e inconformado com a perda do título paranaense, o presidente do Paraná Clube é a expressão correta de uma vítima da paixão produzida pelo futebol.

Emotivo, sentimento próprio dos apaixonados, José Carlos de Miranda abriu o coração e chegou às lágrimas. Foi no programa Transamérica Esportes. Demonstrou que não estava preparado para perder o bicampeonato. E eu pergunto: Quem estava? Todos sempre dedicaram um grande respeito ao adversário tricolor, mas acreditando que o Paraná seria campeão.

Saiu de uma reunião para contratar jogadores e foi direto ao programa. E logo revelou que a relação com jogadores profissionais é cada vez menos ética e complicada. O que foi acertado pela manhã não vale mais à tarde, pela influência de "procuradores", clubes concorrentes e a perda referencial de valores financeiros. Tem razão o presidente. Se a política acolhe verdadeiros depredadores dos princípios morais, o futebol parece ser o curso de pós-graduação da sacanagem. E quem não aceita o jogo sujo e não o pratica, é como peixe fora do aquário.

Apesar do trabalho que realizou e continua a fazer para ingressar no Clube dos Treze, Miranda reconhece que chegar lá e ter assento permanente não é tarefa fácil. É uma das injustiças produzidas pelo futebol profissional do Brasil. O tratamento desigual para os iguais. Será mesmo isso? O Paraná Clube foi o quinto colocado do campeonato passado, ficou à frente de quinze concorrentes, conquistou vaga para a Libertadores e a retribuição financeira continua a mesma, diz entristecido o presidente paranista. Sincero, Miranda não culpa, apenas, fatores externos. Reconhece que houve erros da diretoria, por exemplo, o fim dos contratos de Henrique e Neguette antes da conclusão do campeonato estadual. Coerente com gestos anteriores garantiu a permanência de Zetti na condução técnica do time no Campeonato Brasileiro. No final do programa, Miranda encheu os pulmões de ar e foi para a Vila Capanema continuar a reunião para contratar reforços.

Hoje no Paraguai

Depois de oito dias de sofrimento (duas derrotas e um empate melancólico), o Paraná volta a jogar esta noite pela Libertadores. O adversário já é conhecido, o Libertad, que, de virada, ganhou o primeiro jogo na Vila Capanema. Mais do que organizar taticamente a equipe e exibir futebol de talento, Zetti deve exigir atitude séria, valente, doação dos jogadores ao objetivo maior, que é reconquistar a confiança e o carinho da torcida. Ou a torcida vai continuar pedindo a cabeça de todos, melhor, quase todos.

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