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No Brasil a honestidade virou virtude. O que é dever de todo cidadão íntegro passou a ser uma qualidade ímpar.

Credencial para disputar um cargo eletivo, uma função pública bem remunerada ou qualquer posição de destaque na iniciativa privada.

Pena que nem sempre os escolhidos são honestos, parecem honestos e não são nada do que dizem. Não passam de farsantes. Anões morais. É assim no Brasil de cento e oitenta milhões de pessoas que tem dificuldade para eleger presidente, governadores, prefeitos realmente confiáveis, preocupados com o povo e distanciados de interesses individuais.

Se o leque for ampliado, o que pensar de vereadores, deputados estaduais e federais e senadores? O Brasil vive uma crise que não se resolve com tecnologia de última geração, mas com decência pessoal. Muitos dos ocupantes dos cargos mencionados estão preocupados com o enriquecimento individual. Que autoridade moral tem um ladrão do dinheiro público para servir de bom exemplo para o povo? O desastroso é que a vida pública tem mais safados do que gente correta.

O que fazer? Colocar os malandros na cadeia. O conceito de honestidade não se esgota na lida com o dinheiro. É mais amplo, alcança o caráter, as atitudes, a relação interpessoal, o respeito ao próximo.

Houve um tempo em que o futebol era o refúgio de gente que se dedicava ao esporte pelo prazer de servir, realizar um sonho, dar alegria ao povo. Tempo em que o futebol tinha o grande poder de exercer uma função social nobre.

Mas o futebol apodreceu. Como na política, os honestos foram se retirando em nome da dignidade. Os poucos que sobrevivem são como peixes fora d’água. Os escândalos são tantos que não sabemos mais em quem acreditar. Não há escrúpulos pessoais capazes de paralisar os atos lesivos. Muita gente perdeu a capacidade de ruborizar as faces, porque a vergonha sucumbiu.

Os malandros estão acostumados com processos judiciais, prisões por vários motivos e sanções penais que não os atingem, tamanha é a ausência de vergonha na cara. Pois Onaireves Moura, que ocupou a cadeira de presidente da Federação Paranaense de Futebol, voltou para a cadeia, de onde não deveria ter saído quando preso pela primeira vez.

Espero que o derradeiro golpe seja golpeado (sem trocadilho) de morte pela polícia e pelo Poder Judiciário. O último episódio foi a criação de uma igreja para supostamente lavar dinheiro. O lugar de pessoas com este comportamento é na cadeia. O risco que a sociedade corre é que os ocupantes do presídio o expulsem de lá.

airtoncordeiro@gazetadopovo.com.br

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