A Federação Paranaense de Futebol já tem posição sobre o artigo 9.º do regulamento do Campeonato Paranaense deste ano. Como Pilatos, vai lavar as mãos e deixar que o mundo se exploda. Disse que não tomará nenhuma atitude. Omissão lamentável da entidade que é responsável pela competição mais importante no plano estadual (importância relativa porque a qualidade do Estadual tem sido tão ruim que não dá para valorizar os seus jogos). Vamos em frente.
Bom ou fraco, o campeonato é administrado pela "federeca", que, todos sabemos, não inspira confiança há muito anos, inglórios e indecorosos.
Já passamos pelo vexame do super e imoralíssimo mando aplicado neste ano e, ao que tudo indica, vamos levar a herança para 2010. O descaso é tão assombroso que está no Tribunal de Justiça Desportiva (julgamento hoje) uma nova ação pedindo a anulação do maldito artigo nono. Causa-me espanto saber que o Coritiba e o Atlético não por coincidência os dois premiados pela imoralidade neste ano não endossaram referida ação e esperam os acontecimentos na sombra do conformismo.
A culpa, é bom que se ressalte, também cabe aos clubes que não tiveram o menor interesse em ler os dispositivos regulamentares do certame deste ano. Assinaram o documento em meio às trevas do obscurantismo, mesmo que dirigidos, em alguns casos, por advogados militantes e com assessoria jurídica própria. Casos específicos dos dois maiores, Atlético e Coritiba.
O supermando é vergonhoso. Pela vantagem do número elevado de jogos em casa, pela arrecadação do dinheiro do maior número de jogos com o apoio majoritário da torcida mandante, pelas vantagens técnicas e, até, pela pressão exercida sobre a arbitragem.
O supermando é vergonhoso, imoral, injusto e fruto da incapacidade de todos os dirigentes dos clubes da Primeira Divisão.
Essa gente deveria colocar a consciência crítica dos fatos para pensar, ou declararem publicamente que perderam totalmente a vergonha de produzir anomalias propositais com gestação no útero dos clubes que dirigem. Percam a vergonha, mas conservem o patrimônio representado pelas torcidas.
À Federação Paranaense de Futebol compete o papel de ir às últimas consequências para restabelecer o ordenamento justo e igualitário das disposições regulatórias do campeonato do ano que se a aproxima. Se não for assim, que saiam todos e entreguem os seus cargos sem o rubor causado pela vergonha que já perderam faz tempo.
Deus salve-nos dos que, desgraçadamente, cruzam o nosso caminho, levando-nos para o inferno dos diabos que habitam a terra.
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