As alterações feitas no departamento de futebol do Coritiba tendem a produzir resultados positivos sem muita demora. Não apenas pela troca de treinador, mas, também, porque deve mudar a filosofia de trabalho de forma geral. João Carlos Vialle tem larga experiência e foi formado na escola comandada por Evangelino Costa Neves, o mais vitorioso de todos os que passaram pelo Alto da Glória.
O exercício da autoridade sem ser truculento é um dos princípios do novo comandante do futebol do Coritiba. A liderança só é exercida positivamente quando o gestor tem conhecimento de causa e habilidade para tratar de assuntos mais cruciais no relacionamento pessoal e profissional. Um elenco de futebolistas é heterogêneo, como a sociedade. Encontrar o ponto próximo do ideal no relacionamento humano é fundamental. Mais inteligente do que ser um ditador descontrolado é saber lidar com as pessoas usando o poder de convencimento. Basta trabalhar bem com as palavras, com os gestos e com atitudes serenas sem que a frouxidão seja predominante.
Por possuírem origens diferenciadas, sociais inclusive, cada jogador deve receber a voz de comando de forma diferente. Não há modelo padrão. A sabedoria está no fato de tratar desigualmente os desiguais, buscando como resultado a igualdade de comportamento. É preciso conhecer os fundamentos da psicologia. João Carlos Vialle, como médico de muitos anos de experiência, aprendeu a lidar com o sofrimento das pessoas, moldando uma personalidade capaz de promover transformações nos seres humanos. Há jogadores mais tímidos, outros há que são exibicionistas e dos dois gêneros é importante extrair o melhor para o grupo. Sem atos histriônicos e soberba pessoal.
Ney Franco, o novo treinador, terá uma tranquilidade diferenciada para conduzir o Coritiba. Disciplina comportamental será assunto para o novo chefe do futebol, poupando o técnico de algumas situações provocadas pelo constrangimento. O Coritiba encontra um bom figurino para o futebol do clube.
Politicamente, a posse de João Carlos Vialle é uma forma sábia e eficaz de neutralizar movimentos conspiratórios inspirados por uma eventual posição discordante. Afinal, o novo diretor de futebol e o presidente Jair Cirino foram os mais fortes contendores da última eleição, decidida pela diferença de um escasso voto.
Com certeza o Coritiba não está atrás de unanimidade política e seria um erro tentar este objetivo. O senso crítico das pessoas não deve ser castrado pelos prepotentes de plantão. O componente político do novo formato para o futebol do Coritiba é positivo por trazer nova visão das coisas do clube, sem adesismo, mas com espírito crítico e renovador.
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