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Com muita frequência recebo a visita de jovens acadêmicos de Comunicação Social. Uns para fazer trabalho de conclusão de curso, outros para executar pesquisa e, obviamente, tantos mais que querem se iniciar na profissão que abracei há exatos cinquenta anos, completados ontem e comemorados em Fortaleza entre familiares e amigos.

Ofereço sugestões e chego a ficar fascinado com o interesse da juventude que estuda e ao mesmo tempo tem paixão pelo futebol.

Não é fácil exercitar o jornalismo sério, responsável e bem feito. É necessário conhecer e saber aplicar o nosso idioma. Um texto bem escrito, uma notícia inédita e a verbalização em rádio e televisão, de forma improvisada, mas com clareza e correção, são atrativos para quem lê, vê e ouve. Faz bem ao autor e ao receptor da exposição, escrita ou oral, tomar conhecimento dos fatos sem ser agredido pelo uso errado do idioma pátrio. Jornal, rádio e televisão, como fortíssimos veículos de comunicação, também são veículos de informação cultural. E não canso de repetir aos jovens que me abordam que é preciso esmero no exercício da nobre profissão de jornalista. Trabalhando, também estamos educando e transmitindo cultura aos consumidores do nosso trabalho.

O jornalista deve ser um operário da informação. Só deve estar feliz e satisfeito quando capturar, com a máxima riqueza de detalhes e sem correr o risco de errar ou distorcer os fatos, algo que seja de interesse popular. Uma informação que não seja verdadeira abala a credibilidade do profissional e do veículo.

Neste exemplo, enquadro o querido amigo Oldemar Kramer, falecido há poucos dias e que durante cinquenta anos garimpou pelo telefone, pelo rádio e por uma rede de informantes os resultados do futebol do Paraná e do Brasil para ser o primeiro plantonista a transmitir resultados de jogos de futebol.

Profissional sério e responsável, submisso à fidelidade das informações, Kramer foi paradigma para a juventude que espera um dia alcançar a condição profissional que ele consolidou pelo trabalho e fidelidade aos fatos. Fez escola e sua obra é reconhecida nacionalmente. Com a morte do velho amigo, desapareceu o melhor plantão esportivo que conheci nestas minhas cinco décadas de trabalho em jornal, rádio e televisão. Kramer conseguiu ser professor sem ser pedante, vitorioso sem perder a humildade.

Post scriptum

Ao citar os meus cinquenta anos de comunicação, completados ontem, quero renovar dois agradecimentos particulares. Ao médico e amigo Fernando Picheth, que me aproximou do sonho sublime aos dezesseis anos de idade, e ao saudoso Maurício Fruet, que me acolheu para iniciar minha vida profissional nas rádios Emissora Paranaense e Curitibana, no dia 4 de janeiro de 1959. Aos dois e a todos – foram tantos – que me estimularam sou eternamente grato.

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