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Para escrever a coluna de hoje estou sendo motivado pela triste notícia do encerramento das atividades esportivas da Rádio Clube Paranaense, a PRB 2 ou simplesmente B2. Primeiro pelo papel representado ao longo do tempo pela nossa mais tradicional emissora de rádio. Foi o mais forte veículo de informação que o Paraná já produziu para contar as coisas aqui acontecidas, através de uma forte onda média e três poderosas ondas curtas, das mais qualificadas e de maior alcance em todo o Brasil.

Veículo de comunicação instantânea, o rádio sempre representou um grande fascínio para mim. Fui iniciado no rádio pela iniciativa do querido amigo Fernando Picheth, hoje médico consagrado e que trabalhava em rádio para pagar os seus estudos em Curitiba. Por ele fui apresentado ao Maurício Fruet, que era diretor de esportes da Rádio Emissora Paranaense. Uma criatura generosa e aberta aos mais jovens e que se transformou em meu amigo, a quem renovadamente reverencio. Eu tinha dezesseis anos de idade e não parei mais, com amor à profissão que escolhi e que englobou em seguida o jornalismo impresso e a televisão, especialmente, com a confiança e o carinho do mestre Francisco Cunha Pereira Filho. Tempo maravilhoso de sonhos realizados por um jovem idealista e determinado.

Na B2 comecei a trabalhar em abril de l968, contratado por Willy Gonser, o mais antigo narrador de futebol do Brasil dos tempos atuais, há muitos anos na Rádio Itatiaia de Belo Horizonte. Um craque do microfone e conduta profissional correta.

Confesso que estou escrevendo emocionado, tal a qualidade do trabalho que uma grande equipe sob o meu comando realizou na histórica Rádio Clube Paranaense. Não existia a "venda" de espaços terceirizados. Os profissionais eram tratados com carinho e seus direitos trabalhistas respeitados integralmente. Juntos fizemos muito pelo futebol do Paraná. O Atlético no Paraguai, jogando em Assunção, marcou a primeira transmissão internacional do rádio paranaense com a tecnologia Embratel. Em l969, 1970 e 1972 o Coritiba foi à Europa, Ásia e África e lá estávamos nós com Nei Costa, Wilson Brustolin, Rosildo Portela, Jota Pedro e Vinícius Coellho.

Em 1974 tive o privilégio de ser o primeiro profissional do jornalismo esportivo do Paraná a cobrir uma Copa do Mundo, pela B2 e com artigos diários nesta Gazeta. Trouxemos a Alemanha até os paranaenses com a nossa visão, o nosso sotaque e o nosso linguajar. Abrimos o caminho para a internacionalização dos nossos meios de comunicação. Sem esquecer da memorável cobertura que a Rádio Clube Paranaense fez do festival de música de San Remo, com Gilberto Fontoura, e da conquista científica do homem ao pisar no solo da Lua. Em viagem de estudos eu me encontrava na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e cobri o magistral feito.

Com este artigo, presto minha homenagem aos construtores do conceito da nossa B2, a maior potência radiofônica do Paraná.

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