Novamente o Paraná Clube enfrenta dias trágicos. Parece uma predestinação, todo ano enfrentar o calor do inferno sem, ao menos, provar a temperatura neutra do purgatório. Como não sou supersticioso, prefiro acreditar que falta ao Tricolor melhor orientação no setor que cuida do futebol profissional.

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Para manter Paulo Comelli treinando a equipe a diretoria fez várias concessões. Valorizou o salário do técnico – assunto que não me interessa –, ampliou a liberdade de atuação de Comelli, concedeu-lhe o direito de selecionar os jogadores e determinar quem deveria deixar o elenco para a atual temporada. Uma jogada de risco mais do que calculado. Foram contratados quase 20 jogadores (um de cada colônia) e até agora a torcida não tem esperança que justifique apoio maior ao time. Convenhamos, não é razoável pedir sacrifício aos torcedores paranistas. Dizendo melhor, mais sacrifício do que já foi oferecido. Não existe quem aguente tantos anos de tortura sem praticamente nenhuma recompensa. No ano passado houve uma pausa para aplicação de bálsamo anestésico. E quem esperava voltar à Primeira Divisão se conformou em ficar na Segundona, tal o risco que o clube correu de cair para a Terceirona. Passado o efeito anestésico, outra vez o Paraná está em posição crítica. Agora corre o risco de ser rebaixado no Campeonato Paranaense, o que será vexatório moralmente e doloroso demais para a sofrida torcida.

O jogo desta noite pode ter dois efeitos. Ganhando, o Tricolor mascara a crise técnica. Perdendo, deverá assumir uma postura radical para tentar melhores dias.

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E o Cianorte não é fácil de ser derrotado, é o que informa o retrospecto.

Coritiba melhora

Para quem assistiu ao Coritiba ser humilhado pelo modesto Engenheiro Beltrão, a vitória contra o Toledo mostrou algumas tendências de melhora. O comportamento dos jogadores foi diferente, com mais luta especialmente. A mudança tática também ajudou. Como o Coritiba não tem laterais qualificados para o ataque, é melhor jogar com dois zagueiros e reforçar a marcação. Deu para observar crescimento técnico de alguns jogadores: Hugo, Marcos Aurélio, Paraíba e Pedro Ken. Como de hábito, Vanderlei mostrou a fase de brilho que está vivendo.

Marlos e Mancha

Foram afastados por decisão conjunta do treinador e da diretoria. Ou renovam o contrato já ou ficam no ostracismo. O técnico tem uma explicação lógica. Quer um time para a temporada e não para alguns poucos meses. A diretoria alega que ofereceu aos dois jogadores o que pode pagar. Marlos e Rodrigo Mancha querem ganhar mais para a renovação contratual. Uma sinuca de bico para o Coritiba.

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