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Há vários anos fui a Europa executar trabalho profissional. No Leste, ainda sob o regime comunista, visitei a antiga Iugoslávia, o menos comunista dos países da região. O comunismo mais ortodoxo estava na Romênia, mais radical do que na Rússia. Na Iugoslávia conheci uma pequena cidade, de nome difícil e grafia complicada. Não estávamos longe de Belgrado, onde reinava o Marechal Josip Broz Tito, estadista e contestador das interferências externas no seu país.

De repente chegamos a grandes extensões de terra com grama bem aparada e majestosos monumentos. Curioso, perguntei do que se tratava e ouvi uma emocionada resposta. Ali existiam várias escolas públicas. Durante a Segunda Guerra Mundial as tropas do ditador alemão Adolf Hitler esvaziaram as salas de aula e metralharam centenas de crianças, impiedosamente, friamente, covardemente, indefesas e inocentes. Os ditadores são assim. Covardes, mentirosos, assassinos que odeiam a democracia.

Todos os ditadores são exatamente assim. Insuportáveis, intolerantes e perseguidores. Odeiam a liberdade de expressão. A verdade, dita com seriedade e responsabilidade, maltrata os ouvidos deles. Adoram ouvir elogios falsos, fáceis e injustos. Adoram o primarismo tosco da censura e das ameaças físicas. Não sabem saborear os princípios democráticos. Gostam de viver entrevados.

O infinito dos opressores é o primeiro obstáculo opaco à frente dos seus olhos. São cegos de olhos que vêem, mas não enxergam. Surdos de ouvidos que ouvem, mas não escutam. Boquirrotos de língua e lábios suspeitos. Os ditadores gostam de submissos, aduladores servis e puxa-sacos sem caráter e nem vergonha. Como tantos que a vida nos mostra todos os dias. São excrescências repugnantes. Ditadores e bajuladores, a combinação perfeita dos arrogantes e prepotentes, invejosos e medíocres. Pessoas desprezíveis e nocivas à sociedade.

Por que tanto ódio?

Que tipo de ódio move os dirigentes do Clube Atlético Paranaense? Por que impedir que profissionais do jornalismo trabalhem no Estádio Joaquim Américo? Por que tentar calar a livre manifestação do pensamento? Por que ameaçar com tanta violência quem procura, com honestidade e responsabilidade, realizar um trabalho de alcance social?

Como político, durante quatro mandatos eletivos, fui vítima de arbitrariedade semelhante. Como agora, não capitulei. Agradeço o apoio de minha família, dos meus amigos, leitores e ouvintes. Nesta luta sem medo estou na companhia confiável desta Gazeta e da Rádio Transamérica. Do jurista René Dotti e dos advogados Julio Brotto e Francisco Zardo. O ódio faz mal a quem odeia.

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