Não é necessário ser exigente para concluir que a administração do Paraná está perdida. Não tem convicção do que fazer. Há poucos dias recebi do amigo Guilherme Albuquerque mensagem eletrônica com algumas revelações com gosto de informações privilegiadas. Torcedor aplicado, fervoroso e sempre preocupado com o clube de sua predileção, com entusiasmo, o dileto amigo passou ao colunista o teor de uma conversa não reservada com o diretor de futebol do Tricolor.
De acordo com o relato do dirigente, o clube não iria mais atrasar pagamentos de salários, de direitos de imagem e não venderia nenhum jogador. Se possível ainda reforçaria mais a equipe.
Será que o objetivo número um do Paraná é voltar à Primeira Divisão? A pergunta é pertinente. Time da Série B que quer retornar ao escalão superior do futebol brasileiro precisa reforçar a equipe e estabelecer como prioridade alcançar a elite da qual saiu. E quem pretende cumprir o ritual da volta não pode agir como faz o Tricolor. Não paga salários corretamente, deve importâncias financeiras pelo uso de imagem dos jogadores, é acionado na justiça trabalhista com prodigalidade e outros desmandos que a torcida já conhece.
Quando acuada pelos jogadores que são credores, a diretoria esboça alguns movimentos em busca de recursos para sair do sufoco. Faz isso, é correto dizer, quando os mesmos credores ameaçam instituir o estado de greve, começando pela negativa de fazer treinamentos. Já aconteceu várias vezes.
O intrigante é que depois das informações textuais do diretor de futebol ao fanático torcedor (e colaborador) Guilherme Albuquerque, tudo o que o cartola disse que não mais iria acontecer voltou a ocorrer. Fico a imaginar que tais desencontros só podem acontecer em um clube que está à deriva, perdido no meio da escuridão.
Raciocine comigo meu caro leitores. Um clube que faz do objetivo de voltar à Primeira Divisão não pode vender jogadores úteis no meio do primeiro turno do campeonato. Nesta fase o Paraná já chegou a ser líder e agora está desmoronando. Os jogadores perderam a alegria de ganhar, estão desequilibrados emocionalmente e rendendo bastante menos tecnicamente. Assim, não se pode imaginar quando o Paraná voltará à elite do futebol brasileiro.
A diretoria perdeu a credibilidade. Não há planejamento e no desespero atira-se em aventuras como a venda casada de ingressos para os jogos contra o Náutico e o Coritiba. Por enquanto um fracasso. Não foram vendidos 200 ingressos. Convenhamos, um vexame. O futebol não é sala de aprendizagem de dirigentes. Não é preciso ser malandro para ser bom dirigente. Mas não dá para abrir mão da competência. O Paraná é um clube sem rumo. Não tem dinheiro? Faça como o Coritiba. Bata às portas da CBF e tome dinheiro emprestado.
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