A vida do Paraná não está fácil também fora do campo. A notícia do leilão da área do Tarumã, que pertenceu ao Palestra Itália, uma das vertentes do Tricolor, mostra a debilidade do clube. Situação financeira caótica. Depois que o colunista abordou o assunto, na edição de segunda-feira, a caixa de mensagens está abarrotada. Muita gente inconformada com o imbróglio. O presidente do Conselho Normativo, Moacir Baggio, informa que as apurações internas continuam e que os culpados do caos terão seus nomes divulgados. O ex-dirigente Luiz Eduardo Dib diz que está envergonhado e que vários dos atuais diretores são culpados pela crise.
É triste a situação vexatória do clube da Vila Capanema, tanto quanto vergonhosa é a ausência de responsabilização dos que afundaram a jovem instituição de nascimento próspero e presente complicado.
Aos atuais mandatários pergunto objetivamente: qual é o passivo financeiro, comprovado? Em quanto está avaliado o terreno que foi do Palestra? Qual é a origem de tantas e graves dívidas contraídas pelo clube? Quantas ações judiciais tramitam tendo o Paraná como réu? O que sobrará para aplicação no futebol na esperança de retorno à Série A do Campeonato Brasileiro?
Por que ser tolerante com irresponsáveis que meteram o Tricolor na cova? Os atuais responsáveis pelo clube também são culpados pela bagunça financeira? São omissos na busca da verdade? Pecam por acobertarem atitudes lesivas ao clube?
Cumprir as regras estatutárias e legais é o mínimo que dá para esperar de quem mexe com uma grande coletividade.
Para crescer patrimonialmente o Atlético foi atrás do poder público e está recebendo um bom dinheiro sem prestar contas aos paranaenses.
O Coritiba anuncia com destaque que vai concluir o Estádio Couto Pereira, dar mais conforto à sua torcida, aumentar a receita e pagar suas dívidas dentro do que foi combinado com os credores.
Só o Paraná não consegue acertar sua vida. E se a venda do terreno do Tarumã não cobrir as dívidas, o que será feito? O que mais será vendido?
Só não dá para vender a alma generosa da torcida paranista.
Quem assume graves responsabilidades não tem o direito de se beneficiar de concessões criadas ardilosamente. Pecaminoso formar uma cortina de fumaça para evitar a transparência.
Esta é a última chance do Paraná, mesmo que o custo sacrifique os torcedores e torne sombrios os tempos de tensão e desesperança.
Basta de tapar buracos. O momento exige uma cirurgia radical e precisa.
A verdade faz bem ao comportamento humano.