É muito comum o analista dizer que o placar de 2 a 0 é perigoso. Mas é necessário explicar quando a vantagem folgada representa situação ameaçadora. Claro, todo time vai atrás de uma vantagem tranqüila e, convenhamos, dois gols à frente do adversário é um grande negócio. Então, em que circunstância há perigo?
Fácil explicar. O Paraná Clube anotou uma vantagem não de dois, mas de três gols contra o Náutico, com menos de vinte minutos de jogo. Antes do primeiro gol, de Neguette, o goleiro paranista praticou duas defesas importantes. O Náutico esteve muito perto de arrancar à frente do marcador. Para desenhar a goleada o Tricolor não mostrou um futebol consistente. Fez um golaço, de longe, com Neguette e outros dois gols de contra-ataque, com Josiel e Vandinho. Explico melhor. Não tinha volume e domínio do jogo que justificassem a folga clássica no placar. Criou-se a ilusão de que os paranistas tinham o comando do jogo, sem sofrer nenhuma ameaça dos pernambucanos. Não foi a verdade do jogo e por isso o Náutico reagiu com naturalidade. A vantagem fácil foi desmanchada. O Paraná, iludido, acomodou-se e o Náutico acreditou que poderia produzir mais e melhor. Reduziu a diferença e ficou a um gol do empate. Em outro contra-ataque, Josiel, com qualidade técnica, fez o quarto gol. O Náutico era mais ofensivo. Sem dúvida o contra-ataque é do jogo e pode ser uma estratégia inteligente.
No caso específico do jogo Paraná e Náutico, além da inconsistência paranista, o zagueiro Daniel Marques, generoso com o Náutico, cometeu um pênalti infantil e inexplicável, cortando com a mão uma bola aérea. Nem o bom zagueiro sabe explicar o que o levou a praticar lance estranho e incompreensível. O treinador Pintado cometeu um equívoco ao não ser cauteloso quando Josiel fez o quarto gol. Poderia reforçar a marcação. Não seria um gesto medroso, mas compatível com o tipo de futebol e a vantagem do Tricolor. A vida sempre está nos ensinando. Morremos e não sabemos tudo. No futebol, que não tem nada de ciência exata, o imprevisto sempre está perto.
Aí entra a percepção das coisas. O técnico tem de estar com um olho no padre e outro na missa. É a vida e seus riscos imediatos.
O resultado não foi ruim, mas teve um gostinho de derrota. Fazer 3 a 0 e depois 4 a 2 e deixar a vitória fugir não é nada agradável. Um dado positivo é a invencibilidade que o Paraná sustenta nos jogos fora de casa. O Corinthians é o próximo teste.
Atlético no sufoco
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