Depois da ótima campanha do Campeonato Brasileiro do ano passado, que o qualificou para disputar vaga na fase de grupos da Libertadores da América, o Paraná foi censurado porque desmontou o time vencedor para formar outro para os novos desafios. Estou incluído no grupo dos censores, sem receio de fazer a confissão pública. O que escrevo aqui e verbalizo na Rádio Transamérica por todos é sabido. Nada a esconder.

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Ao conquistar o direito de seguir na Libertadores ao eliminar o chileno Cobreloa, o Tricolor deu a primeira resposta positiva.

Precisou fazer mais. Um teste difícil foi acumular jogos do Campeonato Paranaense e da Libertadores, principalmente pelas longas e cansativas viagens e a exposição freqüente ao desgaste físico acentuado. Altitude, rotas aéreas complicadas, deslocamento por rodovias com dificuldades, jogos com pequenos intervalos de tempo e impossibilidade de usar sempre o melhor time. Foram ingredientes que exigiram grande sacrifício.

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Houve momentos de insegurança e a torcida ficou desconfiada. As adversidades foram superadas. O Tricolor está na decisão do Campeonato Paranaense e nas oitavas-de-final da Libertadores. Melhor? Impossível. Atestam as circunstâncias.

Zetti, o líder

O trabalho foi planejado por várias cabeças, da diretoria e da área técnica. Todos com o seu mérito. Futebol é um conjunto de ações e de trabalho, no campo e fora dele. Impossível, conseqüentemente, particularizar quem fez mais. Alguém deve liderar.

Um grupo só se move bem sob o comando de uma cabeça firme. Nada de truculências, autoritarismo e atitudes mesquinhas. O bom líder é afável, sério, trabalhador, inteligente.

Duro, sem perder a ternura, como disse Guevara.

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Zetti possui essas qualidades e está sendo consagrado. Vive o melhor momento como treinador, reconhece. E faz um trabalho paciente, bem estudado, com determinação e inteligência.

Justiça feita

Por essas e outras razões ninguém se encaixa melhor no conceito de justiça para decidir o Campeonato Paranaense. O Paraná Clube, todos sabemos, é o favorito contra o "espartano" Paranavaí. Sem deixar de respeitar o adversário e dimensionar com precisão cada um dos dois próximos jogos.

Decisão de campeonato é para os melhores. Para quem soube lutar sem esmorecer. E se o Paranavaí for campeão? Não poderá ser contestado, já foi vice e está sempre na linha de frente. Modesto, altivo e obstinado. Conseguiu superar Londrina, Maringá e outras cidades importantes, como Paranaguá. A justiça está feita. Dois finalistas sem contestação.