Não existe função mais instável no futebol do que a exercida pelos técnicos. São os primeiros a experimentar o rigor das decisões mais drásticas. Os dirigentes, grandes responsáveis pelas decisões, sempre são poupados e poucos têm a humildade de cair fora por decisão própria, assumindo a culpa pelos fracassos.
Duas baixas no final de semana. O Atlético perdeu o trabalho eficiente desenvolvido por Paulo César Carpegiani, contratado pelo debilitado São Paulo. A proposta financeira, muito alta, foi considerada irrecusável pelo experiente técnico. E o Paraná liberou Marcelo Oliveira.
Não faltará quem acuse o Tricolor paulista de ter agido sem ética por procurar um técnico com contrato vigente com o Atlético. Vale lembrar que Carpegiani declarou há poucos dias que não ficaria no Rubro-Negro depois do Brasileiro. Decisão irreversível, disse ele. Pergunto: falar em ética no futebol brasileiro é uma piada quando constatamos o comportamento de Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol. Quando pensou em substituir Dunga, logo procurou Muricy Ramalho, preso sob contrato ao Fluminense. Como autoridade maior do futebol brasileiro, tinha o dever de conversar antes com o Fluminense. Por birra política com o Tricolor carioca, passou por cima da hierarquia e hostilizou brutalmente o clube das Laranjeiras.
Ao convidar Ney Franco para cuidar das categorias de base, Ricardo Teixeira não falou antes com o Coritiba. No mínimo, por uma gentileza ao clube paranaense. Ney Franco exigiu cumprir o contrato com o Coritiba e levá-lo, se possível, à Primeira Divisão.
Não mencionei Mano Menezes. Amigo do presidente do Corínthians, Teixeira deu a ele a chefia da delegação brasileira na Copa da África e influiu além do razoável para vetar o Morumbi e dar ao projeto que nem saiu do papel do Corinthians como o cenário da Copa de 2014 em São Paulo.
Paraná
Na área dos desesperados, o Paraná resolveu liberar Marcelo Oliveira depois de nove meses de trabalho. O técnico fez o possível. Menos do que os adversários, os grandes obstáculos foram os desencontros da conturbada administração paranista, salários atrasados, greves dos jogadores e instabilidade na condução do futebol, da base ao profissional.
Homenagem
Ao advogado Dirceu Ribas Veiga, meu amigo e cunhado, personalidade humanitária, professor universitário e funcionário de carreira da Rede Ferroviária Federal, ocupando funções importantes desde o tempo da Rede de Viação Paraná-Santa Catarina. Gostava de futebol moderadamente, torcedor do Clube Atlético Ferroviário. Minha saudade do amigo querido.
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