Tão desastroso quanto seu périplo pela Federação Paranaense de Futebol, o dia de ontem representa a morte civil de desportista de Onaireves Moura. À tarde, o Poder Judiciário determinou a interdição do Pinheirão, lacrado pelos oficiais de Justiça. Mais um vexame na coleção abundante de um péssimo dirigente.

CARREGANDO :)

À noite, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva puniu Moura com três anos e sessenta dias de suspensão por desrespeito às normas legais que regem o futebol do Brasil. O terceiro processo foi convertido em diligência à espera de novas informações.

Todos sabem que condeno há muito tempo os descalabros de Moura. Eu poderia estar radiante. Minha formação cristã me faz ter piedade de uma pessoa que não soube merecer respeito e aplauso, que passa e não deixa saudade, menos ainda, bons exemplos.

Publicidade

Política não combina com futebol

Noventa entre cem pessoas lúcidas, distanciadas de paixão clubística e de compromissos político-eleitorais, indicariam o Estádio Joaquim Américo para a provável Copa do Mundo no Brasil em 2014. Como o prazo termina hoje, dos estádios do Paraná só um reúne condições de ser o escolhido. Logo, não me causou surpresa alguma que a Arena da Baixada tenha sido a eleita e recomendada à CBF. Nada mais óbvio, lógico e racional.

O mausoléu do Tarumã, leia-se Pinheirão, só teve a aprovação do governador do estado por duas razões. Provavelmente Requião nunca pisou naquele estádio, pois é sabido que não alimenta simpatia pelo futebol. Conseqüentemente não conhece a precariedade de suas dependências e o relaxamento na manutenção do caça-níqueis da Federação Paranaense de Futebol. Uma sujeira literal, moral e física.

A segunda razão é de natureza política. Ou será esta a primeira? Pregador da ordem moral é inconcebível que Requião seja parceiro político de Onaireves Moura, sabidamente pessoa de credibilidade zero. E mais: tenha pretendido retribuir apoio eleitoral expondo o Paraná a uma situação constrangedora e lamentável. Política não combina com futebol. Quem sempre perde é o futebol, que se transforma em instrumento de ação eleitoral. O governador poderia ter sido poupado tivesse ao seu lado conselheiros de verdade e não aduladores de plantão. O Pinheirão nunca passou de uma grande abstração, embalada pela vaidade, voracidade e má-fé. Com o enterro do Pinheirão será sepultada a fase mais negra do futebol do Paraná, tendo à frente o desacreditado criador de avestruz e de grandes escândalos.

Onaireves não tem o que perder. Roberto Requião tem.

Publicidade