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Não são poucas as queixas de jornalistas e torcedores contra o comportamento de dirigentes de futebol. Muitos, agindo irresponsavelmente, causam danos materiais e morais aos clubes que conduzem e ao esporte de forma ampla. Todos os dias existe uma notícia nova sobre transação de jogador com vício de origem. Entenda-se negociação que envolve métodos completamente fora do padrão ético. Reclamamos e ouvimos de muita gente o argumento pecaminoso de que existem coisas piores em todos os escalões do país.

É verdade, os péssimos exemplos são dados por autoridades investidas em funções da maior relevância para a vida do Brasil. Os escândalos pipocam com uma frequência espantosa e quem primeiro anistia os envolvidos é o presidente da República, que deveria ser o grande guardião a condenar as safadezas praticadas por figuras públicas. O escândalo do mensalão, o mercado imoral das passagens aéreas do Congresso Nacional e agora os atos do Senado Federal acobertados pelo sigilo.

A população fica perplexa, mas Lula sempre tem uma palavra de conforto para os culpados e ignorar a realidade é o papel preferido do Chefe da Nação. Lamentável sob todos os ângulos de análise. Ninguém quer julgamento sumário para condenar. É certo, também, que não admitimos a presunção de inocência quando há fatos comprobatórios que indicam culpa. O fenômeno se reproduz no esporte.

O futebol é importante para o Brasil. Todos os esportes, olímpicos em especial, também o são. Mas nada justifica a deterioração moral dos princípios norteadores de um bom comportamento.

E a roubalheira corre solta e os grandes ladrões continuam soltos.

Como o exemplo vem de cima – e é uma verdade –, para tudo tem uma boa justificativa. As nossas estruturas morais estão abaladas, criando um vácuo aproveitado por gente de péssima índole, atrás de vantagens desonestas.

As transações de jogadores de futebol, em particular, escondem uma realidade brutal. Muitos operadores dessas vendas ganham dinheiro fácil e geram uma desconfiança generalizada.

Dirigentes cúmplices de empresários, jogadores sem apreço aos compromissos assumidos assinando contratos de transferência mesmo antes da conclusão dos vínculos contratuais com o clube de origem. Os clubes sempre perdem e é fatal para esse prejuízo o despreparo, o descuido ou as más intenções dos que, legalmente, podem participar da compra e venda de jogadores.

A crise moral é tão profunda que confesso não ter esperança de contemplar um Brasil melhor no tempo de vida que me sobra.

Quando falta vergonha às pessoas, a substância da vida decente está liquidada. Só resta a vergonha de ser honesto, como profeticamente disse Rui Barbosa, na Oração aos Moços.

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