A situação do time de futebol do Atlético é desastrosa. Perdeu outra vez e foi empurrado para a área da prostituição técnica. Faz tempo que os torcedores, os analistas – inclusive eu – procuram causas e pessoas responsáveis pelos sucessivos fracassos dos últimos anos. É uma contradição o que está ocorrendo com o clube da Baixada. Um belo patrimônio físico, composto por um centro de treinamento de primeira e um estádio cotado para servir de palco para a futura Copa do Mundo no Brasil. São requisitos para a qualificação do time de futebol e importante motivação para a evolução técnica da equipe.

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Cito dois exemplos clássicos do futebol brasileiro: São Paulo e Internacional. Enquanto erguiam seus majestosos estádios – o São Paulo chegou a possuir o maior estádio particular do mundo – a temporada de títulos foi escassa. Concluídos o Morumbi e o Beira-Rio os dois grandes clubes passaram a colecionar títulos em profusão, alcançando o limite de títulos mundiais. Tricolor e Colorado não pararam mais de ganhar.

Em escala diferente o Atlético tem o mesmo que são-paulinos e colorados possuem. Em alguns aspectos o Atlético é superior, pela modernidade da Arena e do CT. O futebol, ao contrário, encolheu cruelmente.

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Por algum tempo o culpado dos fracassos foi colocado na conta do senhor Mário Celso Petraglia. O clube não tinha diretor de futebol. Culpa do Petraglia. Os técnicos contratados representavam uma aventura perigosa. Quem contratava era o Petraglia. Os jogadores de má qualidade enfraqueciam a equipe e logo o nome do ex-presidente era apontado como responsável. Este foi o meu procedimento como jornalista, responsabilizar Petraglia pelos erros na orientação do futebol do Rubro-Negro. Não errei e Petraglia acabou desertando – espontaneamente – da condução do futebol atleticano.

Reconheço que esperava uma modificação no panorama do futebol da Baixada depois da eleição dos novos dirigentes. A fuga do rebaixamento no ano passado significou um bom indicador.

O futebol do Atlético continua do mesmo jeito da era Petraglia.

O que muda é a velocidade com que são procurados os culpados pelos fracassos. O Atlético continua sem diretor de futebol. Contratou para gerente remunerado o ex-presidente vitorioso do Paraná Clube. Até agora, sem resultado positivo.

Geninho – o herói da Baixada – perdeu a simbologia de mago e caiu fora pela péssima campanha neste Brasileiro.

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Waldemar Lemos está perto da guilhotina.

Muitos jogadores já foram crucificados; outros são contratados como salvadores da pátria rubro-negra. O último, Alex Mineiro, recebeu uma carga excessiva de responsabilidade. Voltou ao time e não ganhou um elogio. Agora, a salvação da vez é Claiton. Como estará ele? Só o tempo dará a resposta. Mera coincidência?Alex Mineiro e Claiton foram contratados, antes, por Petraglia.

Muita coisa mudou – para melhor – no Atlético de Marcos Malucelli. Pena que o futebol é o mesmo. Pequeno como salário de professor. Parece maldição.