Uma necessidade que não esgota os graves problemas que deixam o Coritiba em situação delicada. Futebol centenário deve ser festejado com títulos, vitórias e enriquecimento histórico. Nada de cantores, cantoras, bandas, coquetéis e outras reuniões sociais, tudo muito bonitinho para clubes que não praticam futebol profissional. O Coritiba se preocupou tanto com a parte festiva dos cem anos que deixou o patrocínio estampado nas camisas para promover shows artísticos.

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O futebol foi entregue a amadores inexperientes, profissionais sem qualificação e várias pessoas sem sangue suficientemente quente e cabeça tranquila para se organizar e se preparar para resultados que valem um centenário de vida. Até o projeto do novo estádio não passou de sonho, apesar das boas intenções da direção patrimonial do clube. Oito meses deste ano do mais puro e triste fracasso. Ainda assim a torcida não abandonou o clube e alcançou o limite da boa vontade no jogo de ontem, contra o Cruzeiro.

René Simões foi contratado no embalo da bela campanha que devolveu o Alviverde à Série A do Campeonato Brasileiro. Hoje faltam time, determinação para sair do sufoco e um mínimo de amor ao clube. Ainda com tempo para arrumar a casa houve uma saudável tentativa para amparar o futebol profissional. A iniciativa do presidente do Conselho Deliberativo – criar um grupo auxiliar para agir também no futebol profissional - foi frustrada pela ausência de visão dos conselheiros. A omissão daquele momento está custando a vergonha desanimadora que envolve o ambiente do Coritiba.

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O trabalho do treinador René merecia censura interna. Foram tantas modificações na equipe sem um mínimo de coerência. Tudo ficou muito solto e o futebol do centenário Coritiba foi transformado em um aparvalhado amontoado, sem qualidade, sem fé e credibilidade zero.

Não foi falta de investimento financeiro. Gastar, o Coritiba gastou. Talvez bastante mais do que o possível. A demissão de René, isolada, não resolve o negativismo dominante. É preciso mexer em outros setores do futebol. Convocar gente experiente, com disposição de aprofundar soluções , sem medo de cara feia. O Coritiba não é vitrine para alimentar vaidades. Não há tempo a jogar pela janela. É preciso adotar providências urgentes e o futebol é para quem conhece, sem tempo para aprendizado. Escolinha para dirigente não cabe no centenário de rica história do Coritiba.

A limpeza deve atingir todos os níveis político-administrativos, claro, com o futebol em primeiro lugar.

Enquanto isso...

Na Baixada o clima é de vitória e fuga do preocupante rebaixamento. Três jogos consecutivos com cem por cento de aproveitamento.

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