Há muito tempo o torcedor não vivia uma situação tão dramática. Dois jogos para decidir o título da Segunda Divisão. O Coritiba no Recife e o Ipatinga em Jundiaí. As alterações do placar emocionaram. Os paranaenses começaram o jogo como campeões. Fizeram 1 a 0 e depois foram superados, dando ao Ipatinga o título, com um massacre em cima do Paulista. Aí entra o sabor do futebol. Perdendo dois jogadores expulsos e o Santa Cruz um, o técnico René Simões apostou todas as suas fichas e jogou o time ao ataque, fazendo todas as alterações que podia.

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Correu riscos calculados, mas foi feliz. Quando o técnico muda o time, ele espera resultados positivos. Age com boas intenções, porém, nem sempre é correspondido. Pois René acertou em cheio. Henrique Dias deu vida ao time. Com velocidade e raro senso de oportunismo, fez o passe para Keirrison empatar e tratou de resolver do seu jeito o título que tanto fez a torcida sofrer. Deitado no gramado, depois de exigir do goleiro uma difícil defesa, aproveitou o rebote e marcou o gol do campeonato. Eram 47 minutos. Já imaginaram se o Henrique Dias não joga o que jogou? Pobre do René Simões. Seria crucificado. A vida de treinador é assim mesmo. É muito mais fácil bater no técnico, elogiar e só elogiar a diretoria e poupar certos jogadores.

Na conquista do título, o time do Coritiba mostrou raça quando estava tudo virtualmente perdido. Com certeza lembrou da fantástica torcida e pagou a dívida com a memorável conquista. O Coritiba voltou à elite pela porta da frente, com o trabalho de René Simões, a raça dos jogadores no Recife e o comando do futebol exercido por João Carlos Vialle. E a torcida? Gigante, pela própria natureza.

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Beto preocupado

O prefeito Beto Richa está preocupado com a possibilidade de Curitiba também receber jogos da Copa do Mundo em 2014. Vai ao Rio conversar com Ricardo Teixeira e colocar a cidade à disposição da CBF. Não se trata de uma empreitada exclusiva de um clube. Muitas providências dependem do poder público. A infra-estrutura, por exemplo. Vias públicas, aeroportos, estradas, comunicações são de responsabilidade dos três níveis de governo. Depois dos primeiros ensaios e da indicação do Estádio Joaquim Américo, as coisas estacionaram. Não se fala na conclusão da Arena. Os prazos prometidos já expiraram. Talvez falte a eleição (?) de dezembro para o Atlético agitar o assunto. Petraglia será o presidente de fato e de direito e o seu preposto vai para o Conselho Deliberativo. Uma jogadinha para manter tudo como está, driblando o Estatuto do Clube Atlético Paranaense. Tudo como o previsto há muito tempo.