Incrível como um homem público resiste a tantas de­­núncias e com a maior falta de vergonha a tudo ignora. Não é de agora que pesam sobre Ricardo Teixeira várias suspeitas de má gestão do di­­nheiro movimentado pelo futebol do Brasil. Escândalos que envergonham qualquer cidadão que tenha um mínimo de pudor e de amor próprio.

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Ricardo Teixeira está encastelado na presidência da CBF há mais de 20 anos e faz de tudo para continuar no cargo. Às vezes o torcedor ingênuo é levado a imaginar que não temos mais ninguém no circo do futebol para administrar a milionária entidade. O mesmo acontece com as federações estaduais e muitos clubes. É uma vergonha total. As negociatas cruzam todos os quadrantes. O preço do poder é nauseante.

A desfaçatez do presidente da CBF é tão grande que até uma choperia completa ele já trouxe ao Brasil no avião da seleção brasileira e com a determinação de não pagar tributos à Receita Federal do país. Chegou ao desplante de ameaçar não levar a seleção campeã mundial de 2002 ao Palácio do Planalto, caso suas imposições não fossem atendidas.

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Perto da Copa do Mundo de 2014, Teixeira constituiu uma empresa – cujo contrato está arquivado na Junta Comercial do Rio de Janeiro – tendo sócios ele, Ricardo Teixeira e a CBF. O objetivo: gerenciar (?) os lucros da Co­­pa. Quem assina pela empresa é a mesma pessoa, Ricardo Tei­­xei­­ra, o desavergonhado. Quan­­do alguém perde a vergonha e é in­­capaz de ruborizar a face, os princípios morais estão sepultados. Como acreditar em pessoa tão despudorada?

Lembro das lições sobre o Im­­pé­­rio Romano, quando foi firmada uma verdade indesmentível: "a mulher de César deve ser ho­­nesta e parecer honesta". Assim livra-se de qualquer suspeita. Uma pena, mas no Brasil não é e talvez não seja jamais este formato de honestidade. A safadeza está banalizada.

As organizadas

Já houve época em que as torcidas organizadas fizeram bem ao futebol, enfeitando estádios com adereços, com entusiasmo incomum e participação positiva no estímulo ao clube de sua preferência. Triste, mas não é mais des­­ta forma. Essas entidades, sim, as organizadas se transformaram em empresas, são detentoras de tanto poder que chegam a subjugar os clubes. Tem dirigente que paga para ser apoiado pelos mercenários das arquibancadas. As sedes dessas instituições abrigam de tudo, inclusive, armas, drogas e dinheiro.

Assunto para ser repensado pelos clubes e autoridades.

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