São Paulo, exemplo de clube organizado

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Há anos o melhor e maior clube brasileiro é o São Paulo. Suas grandes conquistas não são episódicas, têm uma constância impressionante. O time de hoje não é o mais talentoso da história tricolor, mas dispadaramente é o mais eficiente deste Campeonato Brasileiro. Administrado com competência, faz as coisas acontecerem na hora certa. Como clube, o São Paulo tem valores humanos fora do campo de jogo em todos os níveis político-administrativos. Possui uma reserva de qualidade com preparo para o exercício da presidência e da condução do futebol. A consagração do clube é objetivo único. Vaidade e promoção pessoal são coisas secundárias. A história e as grandes vitórias estão em primeiro e destacado lugar.

Neste ano, o time de futebol balançou, começou mal e perdeu muita credibilidade. Como clube estruturado, não provocou espetáculo pirotécnico e tratou de resolver as dificuldades discretamente. Uma parte da torcida pediu a cabeça de Muricy Ramalho. As estratégias da diretoria foram definidas. Muricy permanece vitorioso, saiu das últimas posições da classificação e tem ao final do primeiro turno uma liderança tranqüila. Um time com padrão de jogo e sistema tático bem definidos, valendo 40 pontos na primeira parte do campeonato. O São Paulo é a melhor receita de clube organizado e dirigido com competência.

Coritiba em paz

A vitória contra o Marília foi surpreendente. Quebrou a péssima rotina de perder fora de casa, não importando a qualidade do adversário. Na mesma semana em que foi bisonho contra a Portuguesa, o Coritiba derrotou o Marília, fez 2 a 0 e consolidou a permanência no grupo dos quatro melhores. Foi escalado de um jeito um pouco estranho, mas foi arrumado depois. Henrique Dias fez a diferença e voltou em grande estilo, autor dos dois gols. Ao contrário do último campeonato, quando terminou o primeiro turno em primeiro lugar, agora, a luz de advertência está sempre acesa, o que é bom. Ninguém se ilude com falsas facilidades. A trajetória tem que ser seguida com muita seriedade, a armadilha está logo à frente. É cuidar para não ser apanhado de surpresa. Serão mais dezenove jogos. Importante mencionar que o grupo dos pretendentes mais sérios está ficando restrito e poucos clubes além dos quatro primeiros podem alimentar ambições mais sérias.

O treinador René Simões, sereno e sem abrir mão de suas fortes convicções, tem o domínio do elenco, escala como quer e arruma o time com propriedade quando a teoria fica distante do acerto prático.

A torcida, formosa e entusiasta, merece viver esta alegria.