Para investir dinheiro público na Arena da Baixada, tudo é resolvido rapidamente. Será que o governo estadual contrataria financiamento do BNDES para a construção de um moderno hospital particular ou dependências de universidade de grande porte, sem garantias reais e suficientes?
A realização na Copa do Mundo de 2014 no Brasil vem gerando inúmeros problemas. Os ilusionistas imaginaram apressadamente que o evento renderia frutos imediatos. Não passou pela cabeça deles que somos um povo cheio de problemas em todas as áreas sociais. Já é fácil constatar que o povão caiu na real. Para os brasileiros sobrarão as contas a serem pagas, a começar pelos paranaenses.
Aqui o governo do estado e a prefeitura municipal já estão despejando dinheiro público em obra particular, o que é ilegal. Os governantes sabem disso, mas esperam faturar benefícios político-eleitorais. As posições do colunista sobre a Copa no Brasil são notoriamente conhecidas. É evento para países ricos, prontos, desenvolvidos, socialmente equilibrados e de juventude nas universidades, povo com segurança pública, hospitais, boas estradas e aeroportos modernos. A África do Sul arrecadou, com os turistas, apenas 10% dos fantásticos gastos com estádios e infraestrutura. Lá, a Fifa foi obrigada a colocar dinheiro para a conclusão das obras. Aqui o povo está sendo sugado, sob todos os pontos de vista.
Para investir dinheiro público na Arena da Baixada, tudo é resolvido rapidamente. Será que o governo estadual contrataria financiamento do BNDES para a construção de um moderno hospital particular ou dependências de universidade de grande porte, sem garantias reais e suficientes?
Isto está sendo feito para aplicar o dinheiro em estádio particular. Quem vai pagar a conta? Claro, os paranaenses que recolhem impostos para aplicação em obras de interesse social. O que será oferecido aos desabrigados pelas enchentes de agora? A criminalidade em Curitiba é tão grande que só perdemos para as terras de pistoleiros do Nordeste. Quadro lastimável.
Post Scriptum
Decidi não participar de uma entrevista na Rádio Transamérica (dia 3/6) com o diretor de marketing do Atlético, Mauro Holzmann, por total ausência de objeto.
Não houve restrição ao colunista, o que nunca aconteceu em 11 anos de trabalho na emissora. O mesmo comportamento rege minhas relações de trabalho aqui na Gazeta do Povo e na CBN.
Meu respeito ao dinheiro público levou-me a renunciar à aposentadoria de deputado federal e desprezar duas emissoras de rádio para votar a favor de mandato de cinco anos para José Sarney, na Assembleia Nacional Constituinte. Votei pelo restabelecimento imediato de eleições diretas para a presidência da República.
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