A volta do Coritiba à Série A volta a dar uma força es­­pecial ao futebol paranaense no plano nacional. O Atlético, depois de patinar e assustar em boa parte deste Brasi­leiro, se recuperou com valentia e permitiu sorrisos largos na face dos seus torcedores. A reabilitação veio com Carpe­giani. Não foi o trabalho que a diretoria pretendia. Houve contratações equivocadas. Coisa própria do futebol feito com açodamento, premido pela pressa de acertar. A chance de errar fica maior.

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O Coritiba, ao contrário do rival, planejou 2010 com mais sabedoria. Tratou de arrumar a casa ao substituir alguns membros – quase todos – do grupo administrativo. Apesar da situação desesperadora, em momento algum perdeu a tranquilidade. Diferentemente de outros clubes – cruéis com os treinadores –, manteve Ney Franco, mesmo depois do rebaixamento. A diretoria foi madura e justa ao reconhecer as virtudes do treinador.

O outro passo foi liberar os jogadores que enganaram por algum tempo. Como não é possível enganar a todos o tempo inteiro, Mar­celinho Paraíba caiu fora e aliviou o rombo financeiro do clube. Jo­­gadores foram contratados. Nem todos deram certo, mas o elenco ficou reforçado. Com a influência de empresários bem- sucedidos – puxando a fila Vílson Ribeiro de Andrade, com experiência de banqueiro –, os entraves gerados pela punição do STJD, aos poucos, mas sem lerdeza, ganharam soluções práticas.

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O maior desafio foi a obrigação de atuar 29 jogos fora do Couto Pereira, contra 9 em casa. Um desafio desastroso. Menor do que o inicialmente previsto graças ao trabalho magnífico do professor René Dotti e dos advogados Júlio Brotto e Gustavo Nadalin. A punição do STJD caiu de 20 para 10 jogos longe do Alto da Glória. Vitória da capacidade profissional.

Liderou e lidera a maior parte da Série B, tem dez pontos de vantagem sobre o quinto colocado. O Coritiba, na opinião do colunista, já está na Série A. Soube ser grande e vitorioso sob todos os ângulos de qualquer análise que se faça do Alviverde neste ano. Em 2001 seremos mais fortes com dois clubes na Série A.

Paraná Clube

De uma coisa o Tricolor está livre. No próximo ano não perderá do algoz do Rio Grande do Norte, que será rebaixado para a Série C, o América que tantos males causou aos paranistas nos últimos cam­peo­natos.

Li com atenção a entrevista do diretor Paulo César Silva publicada neste jornal. Disse, dentre outras, uma grande verdade. A relação entre humanos precisa de sinceridade, virtude que faltou à diretoria do Paraná no relacionamento com os jogadores.

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Foi a falência da confiança a causa mais séria de nova desgraça para os tricolores, mantido com tom de vitória na Série B. Até quan­­do? Até o dia em que a mentalidade paranista mudar. Quando pensar grande e agir co­­mo tal.