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A rivalidade entre Grê­­mio e Internacio­­nal, assunto interno do Rio Grande do Sul, me­­xe com as estruturas do futebol brasileiro pouco antes da rodada do próximo domingo. Tudo começou com uma declaração do jogador gremista Sou­­za, mostrando-se desinteressado do confronto contra o Fla­­mengo. Não exclusivamente porque o Grêmio não se beneficia com uma vitória. Mas, principalmente, porque o Tricolor de Porto Alegre não "deve" ajudar o Internacional impondo uma derrota aos flamenguistas no Maracanã. E a onda ga­­nha corpo.

No domingo que passou foi estranho o comportamento do Co­­rinthians ao perder do Fla­­men­­go, em Campinas. O goleiro Felipe exagerou na dose de adesão aos interesses do time do Rio ao ficar impassível na co­­brança de um pênalti por Leo­­nardo Moura, sem esboçar, se­­quer, qualquer movimento para impedir o gol do Mengão. Tamanha indiferença está causando reações tão suspeitas que o STJD abriu os olhos para a possível facilitação corintiana para causar danos ao rival São Paulo.

O Tricolor do Morumbi foi surpreendido por suspensões severas da justiça desportiva aos seus jogadores, a começar pelo paranaense Dagoberto. O STJD é composto majoritariamente por julgadores que torcem por equipes do Rio de Ja­­neiro. Não há dúvida que as coincidências causam algum espanto.

O jejum de títulos nacionais do futebol do Rio precisa ser rompido para melhorar a autoestima dos torcedores e valorizar a presença de Flamengo, Botafogo, Vasco e Fluminense. Bota e Flu seriamente ameaçados de rebaixamento e o Vasco campeão da Segunda Divisão. O governo da República tem especial interesse em recuperar a imagem do Rio de Janeiro, des­­gastada com a profunda crise que abala o sistema de segurança pública, e assim justificar o empenho feito para a Co­­pa do Mundo e os Jogos Olím­­picos. Mesmo que se saiba que dos Jogos Pan-Americanos não restou nada para ajudar a imagem do Rio. A cidade do Cristo Redentor insiste em ser a mais violenta e insegura do Brasil.

Se o Grêmio facilitar para o Flamengo será um ato aético, agravando os limites morais do futebol.

Sou dos que entendem que o título cai bem para o time da Gávea, que deu um salto à frente com a efetivação do humilde Andrade e conquistou consistência técnica com o sérvio Petkovic. Pet foi contratado para o acerto de uma dívida antiga e se notabilizou como o melhor do Campeonato Bra­­sileiro, penso eu. Em matéria de dívidas financeiras, ninguém bate o recordista Fla­­mengo.

As dúvidas provocadas por apaixonados do Grêmio podem colocar sob suspeição o mais que provável título do Rubro-Negro, o que é triste e comprometedor.

Acordado para a realidade que cerca os últimos jogos, o Cori­­tiba foi ao Rio pedir arbitragens honestas. Providência ingênua, tamanha é a subjetividade do que fazem os árbitros.

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