É a melhor definição para o Fluminense, campeão brasileiro de 2010. Poderia ser uma alusão ao hino do Tri­color, apenas. Mas não é. A letra do bonito hino conseguiu retratar o esforço insuperável de uma equipe guerreira, que colocou o coração acima de vaidades individuais. Foi quem mais liderou o campeonato, nunca perdeu o foco do título. É dono do melhor jogador. Um coração argentino vestido com as cores do Brasil. Conca foi sensacional, conseguiu pelos caminhos misteriosos do futebol fazer a torcida brasileira idolatrar um jogador da grande rival Argentina. Quando a qualidade é indiscutível, não há sentimento que possa deixar de reconhecer as virtudes do ser humano, venha ele de onde vier. Conca foi um talento que conduziu o Flu, misturado ao grupo com garra, técnica com limitações e indomável espírito de superação.

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Fora do gramado o herói tem nome conhecido mundialmente: Muricy Ramalho. Alcança seu quarto título brasileiro. Foi contratado para dar ao Flu perfil de time de futebol. Com raro preparo de líder, aos poucos, arrumou o time. Não exigiu grandes investimentos financeiros, cauteloso e, por isso, competente, moldou a equipe como verdadeiro espelho do caráter que formou ao longo dos anos, especialmente quando trabalhou com o mestre Telê Santana. Quando a CBF tentou "roubá-lo", Muricy mostrou a grandeza da formação profissional que sedimentou. Venerado pela torcida, vitorioso como treinador, deu as costas ao dinheiro oferecido por Ricardo Tei­xeira e decidiu ficar no Flumi­nense. Entre ser o técnico do Brasil e cumprir sua palavra, ficou com a segunda solução. Provou que os vencedores são premiados quando são sérios, honram compromissos e as­­su­­mem desafios sem privilegiar os ganhos financeiros. Disparado Muricy é o melhor do Brasil. Sério e sóbrio.

Minha seleção

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Nela incluo um jogador que brilhou no Atlético e mostrou que a idade só pesa negativamente quando a conduta pessoal interfere: Paulo Baier. Merece estar entre os melhores. Para o gol escolho Victor, sem deixar de reconhecer o valor de Neto. Os dois la­­­te­­rais são Mariano e Diego Renan, e os zagueiros Alex Silva e Miranda. No meio, Elias, Paulo Baier, Montillo e Conca. No ataque, Jonas e Neymar. A revelação é Lucas, o craque é Conca, e o técnico, por evidente, Muricy. O árbitro, Carlos Simon, que encerra a carreira recuperado de deslizes, especialmente contra os paranaenses.

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