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Marcos Malucelli dá uma lição para calar fundo nos que fazem do cargo presidencial nos clubes verdadeira obsessão. Já firmou posição irrenunciável, segundo suas próprias palavras. Não será candidato à reeleição. O Atlético terá um candidato da situação e, com certeza, a oposição vai se mobilizar. Tudo normalíssimo, é assim que funciona o sistema democrático. Ao justificar sua decisão, Malucelli é objetivo: "Não sou cartola, cumprirei minha tarefa até o último dia e vou embora". Está aí para ser imitado, é um exemplo saudável. Enquanto muitos dirigentes se apegam aos cargos com voracidade incontrolável, o mandatário atleticano se distancia da vaidade dominadora e quer cumprir sua missão e cair fora.

Chamo a atenção dos congressistas do país. O futebol deve ser objeto de atenção política também fora do período eleitoral. Agora é o momento de mostrar a cara e ajudar a ordenar melhor a legislação que regula o esporte nacional. Basta uma lei estabelecendo mandato de três anos para diretores de clubes, federações e confederações. Sem direito a reeleição. Trata-se de medida moralizadora. Com uma vantagem adicional. Surgiriam mais pessoas interessadas nos rumos do esporte. O círculo inercial hoje existente seria rompido de forma construtiva.

Veja-se o caso do Paraná Clu­­be. Será muito difícil encontrar quem queira assumir o Tricolor depois das desastradas gestões político-administrativas. O grupo dominante é o mesmo faz anos, mesmo com tantos insucessos acumulados. A proibição da reeleição é salutar.

Claro que haverá um esforço concentrado dos cartolas para pressionar deputados federais e senadores. Pouca gente terá a grandeza de Malucelli. Muitos outros fazem do futebol uma ponte para amealhar dinheiro, ou para saciar a vaidade descontrolada.

Escassez de treinadores

O Atlético mandou embora Sér­­gio Soares. O Paraná dispensou Roberto Cavalo. Os dois clubes livraram-se de dois problemas, mas não estavam preparados para a sucessão. Ambos estão com técnicos interinos. Na Baixa­­da houve uma investida para trazer Paulo Roberto Falcão. Ini­­cia­­tiva surrealista. Falcão tem muito a perder com os ímpetos im­­pensados dos dirigentes. Exigiu contrato de dois anos. Res­­pon­­savelmente o Atlético não aceitou. Agora, dizem, está correndo atrás de Caio Júnior, que primeiro precisa ser liberado pelo clube árabe que dirige.

No Paraná a aquisição de um novo treinador não surpreenderá em nada. Deve ser um profissional de pouca expressão, sem currículo recomendável. En­­quanto no Atlé­­tico o dinheiro não é problema, no Paraná é ques­­tão crucial. Fazer futebol profissional nos tempos atuais é uma grande aventura.

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