O Colorado viveu por apenas 18 anos precisamente, de junho de 1971 a dezembro de 1989, quando se uniu ao Pinheiros para fundar o Paraná. Tempo suficiente para colecionar as infelicidades mais extravagantes do futebol paranaense. Tomou gol de goleiro, teve de dividir taça por causa de cai-cai, fez a fama do Ziquita, entre outras passagens de extrema crueldade dos Deuses da Bola.
E como não poderia deixar de ser, o apelidado Boca-Negra entrou em campo pelas últimas vezes lutando para escapar do rebaixamento no Estadual. Salvação confirmada na rodada final daquele certame, com um empate por 3 a 3 no clássico com o Coritiba. No compromisso anterior, porém, a equipe alcançou o triunfo derradeiro de sua curta existência.
Era julho de 89, frio intenso e não havia motivo esportivo razoável para ir à Vila Capanema, exceto pela chance de "fugir da realidade" do domingão à tarde em casa. Foi isso o que, provavelmente, empurrou 469 pessoas ao estádio para ver o pega com o Cascavel.
Primeiro tempo encerrado, 0 a 0 e pânico generalizado no Durival Britto um empate praticamente provocaria o descenso da equipe de Ary Marques. Bola rolando para a etapa final e nada de o gol sair. Até que, quando todos já imaginavam o pior dos cenários, um vexame fragoroso, Ariomar subverteu o destino do Colorado.
Já eram 38 minutos jogados quando Wagner "chu-chuveirou" na área inimiga e o zagueirão testou firme, sem qualquer possibilidade de defesa para o valoroso arqueiro Pavão.
O que acontecia na época
>> Em 1989, no dia 21 de agosto, morreu Raul Seixas (foto). Gênio do rock, e um dos cavanhaques mais proeminentes da história da música, Raulzito deixou orfãos milhões de fãs que, até hoje, não se furtam de invocar a obra do cantor em todos os lugares possíveis e imagináveis.
>> O Brasil vivia intensa expectativa pela primeira eleição direta para presidente da República. Foram 22 candidaturas, mas o que marcou mesmo foi a disputa, em clima de Fla-Flu, de Fernando Collor e Luiz Inácio Lula da Silva, vencida pelo primeiro.