Há um vacilo recorrente entre os atleticanos. De que o jogo derradeiro da velha Baixada foi o que valeu o título paranaense de 1985, na vitória sobre o Londrina, por 3 a 0. Bem que poderia ter sido, se lembrarmos do cenário magnífico daquela tarde de inverno e se alguém preferir, que o engano perdure. O adeus do Rubro-Negro do Joaquim Américo de tijolinhos, no entanto, ocorreu meses depois, em junho de 86.
Antes, é preciso tratar das circunstâncias. Eram tempos difíceis na Rua Buenos Aires, o clube se deixara seduzir por um negócio que prometia a redenção financeira eterna: a derrubada da praça esportiva para a construção de um shopping. Não se sabe se por intervenção dos deuses do futebol, ou mesmo dos demônios do caldeirão, o fato é que o rompante "modernizador" não prosperou.
Mesmo assim, o pega com o Cascavel num domingo, 15 de junho está na história como a última partida do Furacão na Baixada antes da extravagante migração para o cemitério da bola, o geladão, aquele estádio que não se ousa dizer o nome. Um 0 a 0 inesquecível, para pouco mais de mil pagantes, que praticamente alijou o escrete de Nicanor de Carvalho do Paranaense.
E não foi por falta de bons jogadores que o CAP não pôs em ação o guri do placar. O ídolo Marola (aquele goleiro carismático que os coxas-brancas saudavam com "enfia, a bola, na...") defendia a meta. Os moleques Marcão e Roberto Cavalo eram as revelações. E o craque-gangsta Joãozinho mais tarde ele ensinaria tudo de bola e de night para o filho, também avante era a esperança de gols.
O que acontecia na época
>> Enquanto o Paranaense comia solto, outro evento de menor importância rolava no México: a Copa do Mundo. O Brasil seguia atormentado pela desgraça da edição anterior, e apostava no faro de gol de Careca. No fim das contas, eliminação para a França, com Zico perdendo pênalti (foto).
>> Em 1986, é lançado o filme "Curtindo a Vida Adoidado": Desde então, não há quem não sonhe com o estilo de vida do personagem principal, Ferris Bueller, numa relax.
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