Com Waldir Perez ao fundo, Hermes reclama| Foto: Arquivo/Gazeta do Povo
Hermes segura o indignado Hélio Alves.
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Coritiba e São Paulo fazem hoje, às 17 horas, em Itu, um duelo que já nasce histórico. Vale a sobrevivência do Coxa na Primeira Divisão e a expectativa é que a partida não seja tão marcante do que já é e o representante araucariano acabe preservado na elite do futebol brasileiro após o apito final no Estádio Novelli Júnior.

Assim sendo, será mais um dos encontros para lembrarmos com graça daqui a alguns anos. Como aquele registrado no dia 29 de outubro de 1975. Sim, porque o jogo de bola não começou ontem no Brasil, com as prospecções das chamadas "arenas" e a dita "modernização" do cenário ‘guela’ abaixo com a Copa do Mundo no país.

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Há 38 anos o Coritiba já era o Coritiba e o São Paulo, o São Paulo. E numa quarta-feira à noite, braba de chuva em Curitiba, os dois esquadrões mediram forças no então Belford Duarte, a encarnação anterior do Couto Pereira.

O Alviverde vinha no embalo do pentacampeonato estadual. Para a ocasião, Jairo do Nascimento estava na meta – afirmam os antigos que ao abrir os braços o Pantera encostava os dedos nas duas bandeirinhas de escanteio. As legendas Hermes e Nilo na defesa e Aladim no ataque. Hélio Alves era o técnico.

O Tricolor, por sua vez, contava com Waldir Perez no gol – peguei o fim da carreira dele e, confesso, sempre achei uma temeridade ter um arqueiro careca. Nelsinho Baptista ocupava uma das laterais, Muricy Ramalho e Serginho Chulapa eram os atacantes e Paranhos um dos defensores – não conheço, mas o nome é fantástico. José Poy era o treinador.

E na meia-cancha, onde são negociadas todas as jogadas, centro nervoso das mais sórdidas estratégias, local de detonação dos mais virulentos contra-ataques, estava ele, sim, ele: Pedro Rocha. Ídolo são-paulino que morreu nesta semana e teve passagem igualmente brilhante pelo Cori, resumo perfeito de raça e categoria.

Eis que com apenas 14 minutos Eli Carlos irrompeu pelo meio da área e chutou a bola entre as pernas de Waldir Perez (não disse?). O confronto se amarrou até os 44, quando Terto recebeu cruzamento de Osmar e meteu 1 a 1.

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Volta para o segundo tempo e a turma do Morumbi passou na frente. Arlindo dividiu com Jairo e fez 2 a 1, logo aos 5. E quando eram corridos 25, Osmarzinho, que não era filho do rival Osmar, deixou tudo igual e fechou o placar: 2 a 2 naquela Copa Brasil vencida pelo Internacional.

Despedida

Fechado o Brasileiro hoje à tarde, a coluna vai descansar depois de tantas lembranças, daquilo que vi com os meus próprios olhos e os dos outros. Não fiz as contas, mas, desde a estreia em 2012, certamente foram mais de 50 episódios em período ininterrupto, exceto quando interrompido. Obrigado.