A partida selecionada nem é tão antiga quanto, talvez, deveria ser. Certamente, está fresca na memória de muitos. Mas, tudo bem. O futebol é diferente da música, do cinema e, como a turma enjoada gosta de falar, de um "bom vinho". Não precisa do transcorrer dos anos para tornar-se um clássico. Ao apito final, determinado jogo já pode ser narrado como "memorável".
É o caso de Atlético e Vasco, do Brasileiro de 2006. O Furacão venceu por incríveis 6 a 4. A verdadeira esbórnia de gols em média, uma bola estufando o barbante a cada nove minutos jogados já seria mais do que suficiente para relembrar o confronto. Mas não ficou por aí...
O encontro do dia 1.º de novembro, na Baixada, registrou quatro viradas de placar! Durante quase todo o confronto, nada era exatamente como parecia.
Tudo começou com um chutaço do rubro-negro Evanílson aquele que ninguém entendia as convocações para a seleção brasileira. Ramón e Andrade marcaram em seguida, também em arremates certeiros.
Na volta do intervalo, Marcos Aurélio, o baixinho de alta periculosidade que hoje está no Inter, fez dois. Mas Leandro Amaral e Andrade, em nova patada de longa distância, reverteram para 4 a 3. Eram corridos 32 minutos quando Danilo anotou de cabeça e deixou tudo igual.
Até que, somente dois minutos depois, o colombiano Ferreira saltou com o seu 1,66 m para meter o testado na bola e decretar a vitória atleticana: 5 a 4. A "perda dos sentidos" foi tamanha no Joaquim Américo que o sexto gol, marcado pelo caneludo Pedro Oldoni, fechou o clássico como algo absolutamente natural.
O que acontecia na época
Em julho, foi disputada a Copa do Mundo na Alemanha, vencida pela Itália. O Brasil desembarcou como sensação e, até encontrar com a França, nas quartas de final, havia quem acreditasse no ataque "extra large" canarinho, com Ronaldo e Adriano. Henry fez o gol dos franceses.
Dia 25 de dezembro, morreu James Brown, o Godfather do Soul (foto). Aquele que era considerado por muita gente (eu, inclusive) "o maior ser humano vivo", posto perdido assim que foi constatado o seu óbito, naturalmente.
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