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Jogão pelo Pentagonal da Morte, no Pinheirão. Manguinha (9) marca gol com a nuca | Arquivo/ Gazeta do Povo
Jogão pelo Pentagonal da Morte, no Pinheirão. Manguinha (9) marca gol com a nuca| Foto: Arquivo/ Gazeta do Povo
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O que acontecia na época

• Naquele ano, estreava o Domingão do Faustão (foto). Mais de 20 anos depois, quem poderia prever que o rotundo apresentador estaria magro, imitá-lo seria uma sensação entre os humoristas e a molecada e as Videocassetadas ainda renderiam risadas.

• Era o tempo do nada saudoso Dragão da Inflação. Naquela mesma semana, o IBGE divulgou a variação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC). Alta de 37,62% no mês, ampliando para 758,79% a inflação do ano.

Gol partindo da meia-cancha, bola coladinha no pé, "dibrando" toda a defensiva e o goleiro antes de arrematar? Maradona fez na Copa do Mundo de 1986, Messi também fez, até o Maicon já anotou um tento desse tipo – o Pelé eu não sei, mas os antigos dizem que ele fez vários.

Gol chutando do círculo central? Rivaldo fez, Kléberson fez, Fred fez, Diego Souza fez – o Pelé não fez, mas tudo bem. E gol de bicicleta? Todo mundo fez.

Agora, gol de nuca, quem é que fez? O Pelé fez? Não tenho essa informação, mas deve ter feito. O fato é que o Manguinha fez o dele. E pelo Atlético. E a bola chocou-se com o mullet dele (penteado da moda na época), o que torna o feito ainda mais raro.

Era 1989 e o Furacão estava enrolado numa disputa apavorante: o Pentagonal da Morte. Parece nome de disco de banda Black metal, mas era o sistema encontrado para definir quais times seriam rebaixados para a Segunda Divisão. E naquele tempo, a Segundona era mesmo a danação.

Domingo, dia 29 de outubro, confronto de rubro-negros no Pinheirão: Atlético e Vitória. O marcador apontava 2 a 0 para os donos da casa e os visitantes se mostravam plenamente satisfeitos com o revés. Ninguém suspeitava a barbaridade que viria.

Defesa fácil para o goleiro Róbson, após cruzamento da esquerda. Eis que o camisa 1 da representação baiana comete um vacilo extraordinário na reposição. No afã de "quebrar" pra frente, chuta a esfera (Topper, modelo clássico) na nuca de Manguinha. A bola percorre o caminho de volta e vai parar no barbante. Gol do Furacão: 3 a 0, placar final.

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