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Nilo acompanha lance de Roberto Dinamite. Camisa 10 do Vasco parou em Jairo: 1 a 1 no Couto Pereira | Arquivo/ Gazeta do Povo
Nilo acompanha lance de Roberto Dinamite. Camisa 10 do Vasco parou em Jairo: 1 a 1 no Couto Pereira| Foto: Arquivo/ Gazeta do Povo
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O que acontecia na época...

Corria a metade dos anos 70. Algumas coisas eram melhores do que atualmente, outras piores. Na Vidrauto, você podia equipar o seu automóvel com parabrisa Ray Ban e guiar pelas ruas da capital com visibilidade de artista de cinema. Eram os tempos da Ditadura Militar no Brasil e folhear a primeira edição da Playboy canarinho na rua podia acabar em cana brava – qualquer "atitude suspeita" podia dar zica. Bons filmes, pelo menos, não faltavam: Um Dia de Cão, O Estranho no Ninho, Tubarão, Monty Python Em Busca do Cálice Sagrado etc.

Coritiba e Vasco jogam hoje à tarde, no Couto Pereira. De um lado, Alex, o Menino de Ouro do Alto da Glória, vestido com a camisa 10. Do outro, Juninho, o Reizinho de São Januário, envergando a 8. Será que os bons tempos dos epítetos futebolísticos estão de volta?

Seria ótimo deixar para trás a pilha burocratizante que invadiu o esporte e extinguiu os apelidos e essas expressões. Não sei quando exatamente isso começou, deve ser reflexo dessa "recursohumanização" geral, todo mundo é um curriculum vitae ambulante, tem de zelar pela imagem nas "redes sociais". Sei lá.

O fato é que esse fenômeno extinguiu os apelidos e as expressões. Os boleiros passaram a ter nome duplo – e não é mais Gaúcho, Mineiro, Carioca – e treinador só pode ser chamado por nome e sobrenome. Chato demais.

E se hoje Coxa e Vascão, ainda bem, têm o Menino de Ouro e o Reizinho, em 1975 os destaques eram Jairo, o Pantera, e Roberto, o Dinamite. Alcunhas fantásticas. Imagine a reação de um piazote ao saber que o goleiro do adversário era o Pantera? Ou que o avante atendia por Dinamite? Motivo para se pelar de medo.

O confronto pelo Brasileiro, dia 19 de outubro, contava ainda com outros personagens mitológicos ou nem tanto assim. De alviverde, Hermes, o Deus da Raça, e Aladim, só Aladim mesmo, o que não é pouca coisa. De Alvinegro, Andrada, eternizado como O Goleiro Que Tomou o Milésimo Gol de Pelé, além de Alcir Portela, mais tarde o técnico interino mais efetivado da história, e Jair Pereira, outro que deixou o gramado para comandar os times.

Bola rolando, as duas equipes buscavam recuperação no certame. Os donos da casa começaram muito mal, o que não significa que não poderiam marcar. Pois foi o que aconteceu. Aos 14 minutos, Luizinho soltou um torpedo de fora da área e venceu Andrada. O jaqueta 1 nada pôde fazer a não ser caprichar na pose para sair na foto.

A vantagem, no entanto, não durou nada. No minuto seguinte, Roberto Dinamite cobrou uma falta, lançando Dé, este encontrou Alcir e o meia desviou longe o suficiente para o 1,94m de Jairo não alcançar: 1 a 1, placar final.

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