O que acontecia na época
1996 foi um ano de desastres no panorama cultural. Os Mamonas Assassinas morreram em queda de avião. Renato Russo e Ella Fitzgerald também morreram. Já Tupac Shakur (foto) foi morto. E Jason Thirsk, baixista do Pennywise, se matou. Os Ramones fizeram o seu último show. E, como se não bastasse, foram criadas as bandas Coldplay e Linkin Park.
Confronto da vez da 23ª rodada do Brasileiro, Coritiba e Fluminense se encontraram em situação parecida há 17 anos. No certame de 1996, o jogo da 12.ª rodada ainda na Era dos Playoffs também representava chance de reabilitação para as duas agremiações.
No caso do Coxa, diferentemente da temporada corrente, o conjunto do técnico Pepe, o inoxidável Canhão da Vila, cumpria campanha terrível. Tratava-se do ano de retorno à high society do futebol brasileiro e, até então, o retrospecto registrava três vitórias, um empate e sete derrotas.
Mas nada como um dia após o outro. Naquele sabadão do dia 28 de setembro, no Couto Pereira, o Verdão do Alto da Glória teria sua redenção. E, repare na foto, como na ocasião o time se revestia, literalmente, do apelido: camisa verde-e-branca, calção em dois tons de verde e meião branco com detalhes em verde.
No escrete alviverde, várias figurinhas carimbadas. A começar por Anselmo, na oportunidade reconhecido pelo porte "avantajado", o que hoje poderia ser chamado de "estilo Walter". Compunham a formação ainda Auri, Paulo Sérgio e Claudiomiro o trio, somado, defendeu o Coritiba por 400 anos.
Na meia-cancha, um mix de juventude e experiência, com Edu Marangon, o apelidado Boy da Mooca, e Alex, sim, ele, o Beiço, então apenas um jovem promissor, o que não era pouco. O destaque, entretanto, foi Pachequinho.
O mais baixo da família Pacheco anotou dois gols. O primeiro, aos 3 minutos da etapa final, quando Alex rachou com o zagueiro e a bola sobrou para o avante mandar para as redes, sem qualquer dificuldade: 1 a 0.
Até que, aos 18 minutos, falta na entrada da área. Por ser mais velho que Alex, Edu Marangon chamou a responsa e meteu na gaveta de Léo: 2 a 0. Parecia tudo decidido, mas um vacilo deixou Valdeir, um dos muitos filhos do Vento, livre para servir Marcelo Sanders, que descontou: 2 a 1.
Desencontro esquecido assim que o embate terminou. Isso porque, já aos 46, Pachequinho executou obra perfeita da engenharia futebolística. O tampinha infernal apareceu pelo lado direito e, percebendo a precipitação do arqueiro, tocou por cima, a bola construiu um arco apoteótico e deitou no fundo das redes: 3 a 1.
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