O empate por 1 a 1 com o Flamengo deixou o torcedor do Atlético desconfiado, preocupado, acabrunhado com a possibilidade de título da Copa do Brasil. De fato, racionalmente, analisando técnica, tática e animicamente (que tal?) o duelo, os cariocas estão em vantagem.
Mas aí que está. Quem disse que a lógica prevalece em decisão de campeonato? Você sabe que valem tanto, ou mais, os aspectos místicos.
Enquanto isso, nada melhor do que recordar uma goleada atleticana no adversário pela conquista nacional. Já foram tantas aplicadas em Curitiba que o Mengo é cliente Sapeca-ia-iá VIP do Furacão.
Era 2003 e o encontro estava marcado pelo Brasileiro, um domingo, na Arena. Àquela altura, o estádio ainda causava sensação, o mais moderno da América Latina, nos moldes europeus, todo aquele papo de quem gosta mais de conforto do que de bola.
O Furacão era comandado por Oswaldo Fumero Alvarez, o Vadão, figura proeminente na Rua Buenos Aires ali pelo término dos anos 90 e o início do novo século. Do outro lado, Nelsinho Baptista, também treinador de saudosa memória na Baixada, campeão paranaense de 1988.
As equipes também dispunham de figuras famosas em termos, é claro. Quatro campeões brasileiros em 2001 prosseguiam no Rubro-Negro araucariano dois anos depois: Rogério Corrêa, Alessandro, Kléberson e Adriano Gabiru. O volante Leomar também estava por lá, aquele que fez mais de 10 mil jogos pelo clube durante os anos 90.
No Rubro-Negro carioca, Júlio César era um goleiro jovem e marrento dez anos depois, o camisa 1 já não é mais jovem. E, como destaque, Edilson Capetinha, aquele, figura mítica dos gramados brasileiros e do carnaval da Bahia.
Bola rolando, o grande nome foi Ilan. Logo aos 12 minutos, chute da direita, o curitibano que não sabia fazer gol feio aparou a bola e meteu 1 a 0. Não demorou nada para o Atlético aumentar: cruzamento de Kléberson, Dagoberto ajeitou e Ilan, outra vez, balançou a rede: 2 a 0.
Volta do intervalo, o Flamengo se animou com o gol de Fernando Baiano: 2 a 1. Mas não adianta só ficar animado, é preciso fazer gol. E aí, quem chegou lá foi Adriano Gabiru, com arremate na gaveta de Júlio César: 3 a 1. Pra fechar, Ilan ainda marcou o seu terceiro, driblando o zagueiro e chutando cruzado: 4 a 1.
De quebra, a partida foi um verdadeiro banquete para quem gosta de expulsão. Cinco jogadores foram excluídos da peleja pelo árbitro Luciano de Almeida. Capone e Athirson, Valdson e Adriano trocaram gentilezas. E Edilson tomou o vermelho após entrada em Luciano Santos.