Serginho na marcação, observado por Maurílio| Foto: Arquivo/GRPCOM

Por mais irrelevante que pareça historicamente, um jogo de futebol sempre é marcante para alguém. Uma jogada esfuziante que não balangou a rede ou mesmo uma furada patética já são o suficiente para torná-lo memorável.

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Vale também algo que rolou na bancada. O primeiro flerte com a futura esposa, um espetinho que deflagrou uma guerra química, ou ainda aquela vez que o primo matou no peito um saco de mijo lançado pela torcida rival. Aparentemente, Paraná e Batel não entrou para a história como um jogaço. O que não diminui em nada a importância do encontro, como defendemos acima.

Era o dia 14 de julho de 1992 e o Tricolor acabara de ser campeão brasileiro da Série B. No domingo, dia 11, bateu por 1 a 0 o Vitória, gol de Saulo, o Tigre, na Fonte Nova. Apesar do desgaste, Otacílio Gonçalves, o Chapinha, escalou boa parte dos titulares para o compromisso pelo Estadual.

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Trila o apito no Durival Britto e as representações de Curitiba e de Guarapuava passaram a agredir a bola sem dó, com um ou outro lance mais plástico, para aliviar. Até então, o grande destaque da tarde era o pão com pernil.

Eis que, logo aos 8 minutos, tombou a cidadela de Claudinei. Da linha lateral, Gralak lançou a bola com as mãos – sei que há uma controvérsia sobre quem criou a "catapultada" na área. Adoílson desviou a esfera e Maurílio, o Rambo, mandou aquela Topper que a gente pedia no Natal para descansar na rede: 1 a 0.

Atrás no marcador, o Rubro-Negro do interior partiu com denodo para o ataque. Dinho, Donizetti e, atenção, Glênio, tentavam de tudo, sem conseguir nada. Do outro lado, o lépido Sérgio Luiz fustigava a defensiva de Dirceu Pato, Sorocaba, Ivonar e Edinho.

Fim de primeiro tempo, placar mantido. Tempo para comer um amendoim, descascar uma mexerica, tomar uma cervejota no saco de plástico etc. Tudo aquilo que passou a ser considerado arma letal nos estádios nos tempos atuais.

Volta do intervalo, o cenário praticamente não se alterou. Até que aos 4 minutos o Paraná engrossou a vantagem. Cruzamento de Adoílson, o apelidado Bagaço, que Sérgio Luiz aproveitou de voleio: 2 a 0, fim de papo.

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O que acontecia na época

1992 foi o ano da Olimpíada de Barcelona, a melhor competição esportiva de todos os tempos (como tudo que aconteceu na nossa infância/adolescência pode ser considerado "melhor de todos os tempos"). Teve o Dream Team, a equipe de basquete dos Estados Unidos, e era o que bastava, ainda mais acompanhado de um prataço de brigadeiro. Por outro lado, sofríamos com a praga do pagode mauriçola com sotaque paulista que, hoje, alguns bobões querem reviver.

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