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Amistosos são chatos. Amistosos entre seleções são muito chatos. Amistosos entre seleções que se preparam para a Copa são superlativamente chatos. O amistoso Rússia x Brasil não fugiu à regra: foi bastante chato.

– Poderia ser diferente?

– Poderia. Poderia ser pior, bem pior.

E o general inverno, hein? Que teria paralisado Napoleão em 1800 e pouco e os alemães na Segunda Grande Guerra? Como diria o camarada Mao, "um tigre de papel". Menos 18º C não foi suficiente pra congelar a "máquina" cabocla sob a discreta direção do cabo Parreira. Euclides tem razão: "O sertanejo é antes de tudo um forte".

Não espalhe. Placar moral, 1 a 1. Não jogamos no segundo tempo, o tempo das mexidas, das substituições, dos experimentos, testes.

E esse Edmílson? Como é bom, hein? Com exagero direi: minha equipe é ele + dez.

– Em que posição? Beque? Médio? Meia?

– Meia, não, claro, mas de médio ou beque esquerdo acho que sobra nas turmas.

Aviso aos navegantes, aos marinheiros de primeira viagem e aos veteranos: Parreira é o treinador. Jogará a sua seleção, o seu time.

– Óbvio? Ululante?

– Nem tanto nem tanto. Dia sim, dia também a gente esquece que o processo de escolha, de seleção, não é democrático. Como o João Saldanha deixou claro em 69:

– Eu sou o treinador. Jogará o meu time.

Pergunta acadêmica: uma votação pra escalar o 11 do Brasil alteraria muito o quadro? Dida; Lúcio e Juan; Cafu, Émerson, Zé Roberto e Roberto Carlos; Kaká e Ronaldinho; Ronaldo e Adriano.

Por que três goleiros?

Como não poderia deixar de ser, a melhor resposta é a do saudoso mestre Russo*, concentrado de simplicidade-experiência-inteligência: goleiro não se improvisa. Bingo.

Incidentalmente. A rigor há duas, não mais que duas, posições no velho, rude esporte bretão: back and forward. Que, excepcionalmente, podemos improvisar. Claro, é mais fácil forward jogar de back que o oposto, pois quem faz o mais faz o menos. Ora, dado que o keeper não joga futebol, dado que o seguro morreu de velho, três goleiros. Q.E.D.

Nota

* "O sábio de chuteiras", livro de 150 páginas que escrevi sobre o Russo, está no forno. No final de março, começo de abril, pintará nas bancas, livrarias, boas casa do ramo. Reserve um salário para apoteótica compra. Livros a mancheias, cara pálida.

O título "O sábio de chuteiras" é da lavra – larga, de lei – do Evandro Barreto. Flamenguista, carioca – nessa ordem – roubado ao Rio de Janeiro pelo amor a/da Bety e pelos ocultos encantos da mui cara, leal, brava, Vila Nossa Senhora da Luz dos Pinhais. Aleluia!

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