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Quem diria, hein? Sou cavalheiro cercado de amigas que torcem pelo Corinthians, vulgarmente conhecido como Sport Club Corinthians Paulista, SCCP para os íntimos, por extenso Sociedade Cultural da Comunidade do Parque (São Jorge, claro).

Como boas corintianas, elas são fanáticas, cheias de convicções, que não temem expor. Por exemplo, a amiga e coleguinha de trabalho, Adriana Teixeira, tem surtos de sagrada ira contra a contratação do Romário. De 15 em 15 minutos ela explode:

Bá!

– Esse Baixinho acabou! Capito? É finito! Capito? Ex-atleta, ex-craque, ex-jogador, ex-tudo! Não queremos* no Timão**! Que fique no Rio, na praia, por lá. Não rima com Sampa muito menos com Corinthians! Fora, Baixinho! Uuuuu (leia vaia). Fiiiiuuu (leia assovio).*** Vou falar com a minha turma da "Fiel". Ele e esse tal do Kia vão ver o que é bom pra tosse.

Por falar em Romário, passo os olhos rapidamente pelas páginas e dou de cara com as suas (dele, Romário) velhas reivindicações, entre quais separo duas para breve análise: menos treinos, menos concentrações. (Cara pálida, não espalhe, mas nesses tópicos estou totalmente com ele, que está coberto de razão, como tentarei provar a seguir; relaxe.)

O Baixinho está em boa companhia

Se concentração ganhasse jogo, o time da penitenciária seria imbatível (João Saldanha). Os craques treinam sozinhos (mestre e sábio Russo).

Setenta e tantos anos depois do início do profissionalismo no Brasil, a cartolagem ainda trata a rapaziada como débil mental ou delinqüente ou ambos: concentração é rota e rica rotina.

Treinos coletivos ao longo da temporada = perigoso idiotismo. É preferível jogar a dinheiro futvôlei na Barra do que ir ao clube duas vezes por semana para encarar o estúpido coletivo ou o inacreditável rachão!

Notas

* As corintianas sempre se valem do plural majestático; como os políticos nunca usam "eu". Se você pensa que é por modéstia, enganou-se; elas não usam o "eu" por tática.

* Vou repetir. Na pia batismal, timão significa – por Deus do céu! – adriça do penol da verga grande do caíque. Pode, Clóvis? Você torceria para isto, que lá na minha amada Irati atende pelo nome de pouca vergonhice?

*** Normalmente, as mulheres não sabem assobiar, não assobiam. Isto é, quero dizer, as "normais"... Já as corintianas... Também não sabem assobiar, não solam o "Tico-tico no fubá" nem o "Hino Nacional". Em compensação, ninguém as bate em vaias, apupos, zoadas e, por último mas não o menos importante, em "fiiiius, fiiiiis". Um espanto.

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