Das duas, uma: ou o garoto tem físico pra agüentar o tranco dos profissionais ou não tem; se não tem, deve ficar um pouco mais nas divisões de baixo até atingir aquele mínimo indispensável de altura, peso, massa muscular, etc. Como o Zico, lembra?

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Não, não lembra, claro, o Zico não é do seu tempo, que é hoje, já, agora, o presente, sempre o presente, nada mais que o presente, num eterno presente, não? E o Zico é de outro tempo, de ontem, de antes de ontem, e o ontem, o antes de ontem e o paleolítico inferior se confundem, fazem parte da mesma massa amorfa, indistinta, não é mesmo?

Então, em homenagem ao paleolítico e a você, caro ouvinte de casa, e a você, caro ouvinte do auditório, lembrarei mui brevemente duas ou três coisas que sei sobre a preparação do "galinho do Quintino", Zico, hoje a treinar a seleção japonesa de futebol ou isso que passa por futebol lá no Japão. Relaxe, aproveite, não prometo que será totalmente indolor porque é possível que você ria. E quando você rir, doerá.

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Um célebre caso

Zico foi lançado pelo paraguaio Fleitas Solich num jogo contra o nosso Atlético, no Maracanã, em 74, salvo erro. Era, literalmente, um fiapo de gente: baixinho, magrinho. Incapaz de pegar terceiro time entre os retirantes nordestinos vítimas da seca. Um modesto vento leste o derrubava facilmente; uma pena porque sua bolinha era já bastante bem redondinha, bastante bem bonitinha, afinadíssima, precisa, cheia de encantos mil. Enfim, era um craque embrulhado num papel – com todo o respeito – do Haiti. Ou de Bangladesh. E agora? O que fazer? Tchan-tchan-tchan.

Felizmente, o Mengão de então era dirigido por bípedes. E os bípedes decidiram encaminhar o Zico pra uma clínica-academia-comandada-pelo-Francalacci. Que o cercou de tudo o que a ciência e a tecnologia criaram. Resultado? Ele cresceu quase dez centímetros, ganhou peso, ganhou massa. E voltou pro campo. Onde estraçalhou. Ganhou tudo o que se pode ganhar num clube: Campeonato Carioca, Campeonato Brasileiro, Libertadores, Mundial de Clubes. E o resto. Merecidamente.

Por que escrevo essas mal traçadas? Porque o treinador da equipe de juniores do Coritiba, Édison Borges, confessou ao nosso repórter André Pugliesi que o artilheiro do clube na Copa São Paulo "ainda precisa de um tempo pra subir para o profissional".

– Como é o nome da fera?

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– Alô, mamãe, alô papai, alô padrinhos, parentes, o nome da fera é... é...Keirrison, isso mesmo, Keirrison. Como se dizia em Irati, no meu tempo, que não se perca pelo nome. Segue.